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Desfile Avassalador da Estação Primeira de Mangueira Ressalta a Força do Samba-enredo “As Áfricas Que a Bahia Canta”
No segundo dia de desfiles do Grupo Especial do Carnaval carioca, a Estação Primeira de Mangueira brilhou intensamente na Marquês de Sapucaí com um desfile que ficará marcado na memória dos foliões. Com o enredo “As Áfricas Que a Bahia Canta”, a verde e rosa apresentou uma performance arrebatadora, impulsionada pelo poderoso samba-enredo e por uma série de elementos que encantaram o público.
Desde os primeiros acordes do samba, composto por Lequinho, Junior Fionda, Gabriel Machado, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim, a força da obra se fez presente. Mesmo antes da escola sair da armação, os espectadores já entoavam a composição nas arquibancadas, demonstrando a conexão imediata com a proposta da Mangueira. Com ousadia e maestria, a bateria comandada pelos mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto deu um espetáculo à parte, com bossas e paradinhas que conquistaram o público.
O enredo “As Áfricas Que a Bahia Canta”, desenvolvido pelos carnavalescos Annik Salmon e Guilherme Estevão, proporcionou uma viagem pela construção das visões da África no contexto baiano. A fácil leitura das alegorias e fantasias, somadas à letra impactante do samba-enredo, traduziram de forma eficaz a proposta da escola. A apresentação ressaltou o protagonismo feminino e abordou questões como o racismo, conquistando a simpatia dos espectadores.
A comissão de frente, intitulada “O Cortejo Negro de Mangueira” e assinada pela coreógrafa Cláudia Motta, foi um espetáculo à parte. Representando símbolos estéticos, musicais e personalísticos baianos, a coreografia destacou manifestações como Cucumbis, Afroxés e Blocos Afros, culminando na figura de Oyá Onira.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus Olivério e Cintya Santos, estreou com uma apresentação marcada pela velocidade e intensidade, mesclando o tradicional com passos coreográficos. A harmonia da comunidade mangueirense foi evidente, com o canto forte e envolvente ecoando desde os ensaios até a Avenida.
Ao longo dos 70 minutos de desfile, a Mangueira mostrou uma evolução solta e alegre, sem erros significativos. As alegorias e adereços, sob a direção dos carnavalescos estreantes, refletiram uma nova estética, com destaque para o abre-alas “Cucumbis: Festa Para a Rainha”. O conjunto de fantasias seguiu a mesma linha estética, apresentando figurinos bem acabados e criativos.
Além da impecável performance da bateria, outros destaques merecem menção. A rainha Evelyn Bastos, homenageando Oxum, incorporou a personagem com graça e beleza. A Velha-Guarda, representando a “Realeza Negra”, e as baianas, inspiradas nas Yabás, também foram pontos altos do desfile.
Em resumo, a Estação Primeira de Mangueira proporcionou um espetáculo envolvente e emocionante, mostrando mais uma vez por que é uma das grandes referências do Carnaval carioca. Com um desfile avassalador, a verde e rosa deixou sua marca na Marquês de Sapucaí, conquistando aplausos e elogios do público e da crítica especializada.
Vídeo da Bateria e Carro de Som