CARNAVAL DE 2019
SINOPSE DO ENREDODelirando com as Lendas e Mistérios da Amazônia |
INTRODUÇÃO: Hoje é o grande dia. Vamos mostrar na Avenida a garra da comunidade do Bairro de Campo Grande. Exaltaremos em nosso desfile as lendas e os mistérios da Amazônia, um tema grandioso, brasileiríssimo, contado de geração para geração, pelos povos indígenas e ribeirinhos que lá habitam. Preparem-se para assistirem um desfile delirante, de muitas cores, muita alegria e um samba contagiante, prestando uma singela homenagem a nossa Deusa Amazônia.
SINOPSE: Como a fascinante Boiuna, a serpente da Delírio viaja ao Norte do Brasil para entrar no universo das lendas e mistérios da Amazônia. Essa grande viagem começa pelo Rio Amazonas, pois a lenda nos conta que a Lua se vestia de prata e o Sol se vestia de ouro, sendo ela a dona da noite e ele o dono do dia e que ambos se amavam intensamente. Apesar do extremado amor entre eles, o mundo iria se acabar, se os dois se unissem em casamento, pois o Sol queimaria a Terracom seu intenso calor e a Lua como seu choro triste, a Terra afogaria. Diante dessas impossibilidades, mesmo apaixonados, se separam em meio a grande tristeza. A Lua não podia casar com o Sol, porque amava muito também a Terra e não queria vê-la morrendo afogada ou ardendo em fogo. Chorando muito de saudades e arrependimento dia e noite, as suas volumosas lágrimas desceram pelas montanhas sem fim, até chegarem ao Oceano Atlântico. Segundo a lenda, o Oceano Atlântico ficou muito bravo ao receber tanta água, não permitindo que elas se misturassem as dele, acontecendo então algo tão inusitado e estranho, pois as águas da Lua escavaram um imenso vale entre as serras, que se levantaram, fazendo nascer um imenso rio caudaloso, depois batizado como Rio Amazonas.
A lenda da origem da Vitória Régia, nascida a partir do amor de uma linda jovem índia pelo Deus Lua, que a transformou em uma grande planta aquática em forma de estrela e que exala seu perfume ao anoitecer, quando suas lindas flores se abrem.
A lenda das Guerreiras Amazonas, pertencentes a algumas tribos compostas exclusivamente por índias, chamadas de “Icamiabas”, que significa mulheres sem maridos. A lenda conta que elas a bordo de várias canoas, atacaram a embarcação do navegante espanhol Francisco Orellana, no século XV, no Rio Amazonas, que vinham à Amazônia em busca de tesouros, matando mais da metade de sua tripulação. Diz ainda a lenda, que essas guerreiras retiravam dos fundos dos rios um tipo de barro e moldavam amuletos, chamados por elas de Muiraquitã, que eram presenteados aos homens que fossem por elas escolhidos, como símbolo de sorte e proteção.
A lenda do Boto, que nas noites das Festas Juninas, deixa os rios e se transforma em homem, para dançar e seduzir as mulheres. A lenda da Iara, uma sereia de água doce, que com seu canto, encantava os intrusos estrangeiros, que ousavam adentrar nas matas, para roubar os tesouros, os atraindo para a morte nos fundos dos rios.
A lenda da planta Guaraná, que nos conta que um pequeno índio da tribo dos Maués, nascido pelas graças do Deus Tupã foi alvo da inveja de um Deus do mal, que, em forma de uma serpente venenosa, picou o curumim, que morreu instantaneamente. A mãe do menino desesperada, mergulhada em profunda tristeza, recebeu uma mensagem do Deus Tupã que ela deveria enterrar somente os olhos do menino, o que ela prontamente obedeceu. Algum tempo depois, brotou no local uma linda plantinha, que hoje conhecemos como o saboroso Guaraná.
A lenda do Jurupari, um Deus que veio do Céu para a Terra em busca de uma esposa para o Sol. A lenda do Curupira, um guardião das florestas e dos animais, que aparece aos olhos humanos com traços de índio, cabelos ardendo em fogo e com seus pés virados para trás.
A lenda do Uirapuru, um pássaro lindo e misterioso, fruto de um amor impossível entre um casal de índios e que tem um canto tão bonito e mavioso, que toda a floresta se silencia para ouvi-lo cantar. A lenda da Matinta Pereira ou Mati-Taperê, representada por uma mulher muito idosa, muito feia e assustadora, que se traja com roupas velhas e escuras. Diz a lenda que ela passa as noites e madrugadas assoviando muito alto e estridente. Além de amedrontar as pessoas, dizem que por onde ela passa, traz muito azar para todos daquele local.
Também a lenda das molecagens do Saci Pererê, o menino travesso de uma perna só, com seu gorro vermelho e fumando seu cachimbo incessantemente, atrapalhando a vida de quem cruzar os seus caminhos. A lenda do Eldorado, imaginária cidade de ouro e pedras preciosas, que ficava as margens da lagoa sagrada, onde reinava o dragão da lagoa a protegê-la. A lenda da origem da Noite, que vivia encarcerada pela Cobra Grande ou Boiuna. A fantástica lenda do pássaro Beija-Flor, que relata um amor impossível entre um casal de índios de tribos diferentes, não aceito pelos seus caciques, que os puniram, ela se transformando em flor e ele na ave Beija-Flor. Segundo essa lenda, esse é o motivo pelo qual o Beija-Flor vai incessantemente de flor em flor, em busca de sua amada.
Para finalizar o nosso desfile, faremos uma homenagem ao Festival de Parintins, um dos maiores eventos de cultura e do folclore do nosso país, na cidade de Parintins, no estado do Amazonas, mostrando a disputa de dois grupos de Boi-Bumbá, o Garantido de cor vermelho e o Caprichoso de cor azul. Os dois grupos representam lendas regionais, rituais indígenas e os costumes ribeirinhos, ao som de toadas, batuques, alegorias e encenações e acontece nos meses de junho de cada ano.
JUSTIFICATIVA DO ENREDO: O Grêmio Recreativo Escola de Samba Delírio da Zona Oeste apresenta seu enredo para o Carnaval 2019, “Delirando com as Lendas e Mistérios da Amazônia”. Falar sobre a Amazônia é um desafio para mostrar um tema glorioso, pois é considerada como pulmão do mundo, devido a grande biodiversidade lá concentrada, uma das grandes fontes de riquezas do Brasil e de muitas belezas naturais, que abriga um enorme acervo folclórico, com suas crendices, lendas e tradições. Nesse desfile, mostraremos toda a nossa capacidade vencedora e o nosso objetivo de alçar aos grupos acima, pois somos uma grande escola de samba, contando com o apoio e a dedicação da nossa fabulosa comunidade.
Carnavalesco: Weydson Ramos
Autor do Enredo: Weydson Ramos