Colibri – Sinopse 2017

CARNAVAL DE 2017

SINOPSE DO ENREDO

Cachaça: o Colibri Convida a Comunidade para Beber e Comemorar

 

JUSTIFICATIVA DO ENREDO

O Colibri convida a fazermos uma viagem ao tempo e passearmos na história para compreendermos a origem da cachaça. Conhecer o encantador universo da produção, desde o cultivo da matéria prima até os atuais métodos de produção.

Então está dada a largada para essa viagem inesquecível na cachaça brasileira, produto da terra, fonte de inesgotável inspiração…

 

SINOPSE DO ENREDO

A cachaça é uma bebida genuinamente nacional e de grande importância cultural, social e econômica para o Brasil. Está relacionada diretamente ao início da colonização portuguesa do país, e sua história remonta ao tempo da escravidão, quando os escravos trabalhavam na produção do açúcar da cana de açúcar. O método já era conhecido e consistia em se moer a cana, ferver o caldo obtido e, em seguida deixa-lo esfriar em fôrmas, obtendo a rapadura, com a qual adoçavam as bebidas.

Ocorre que, por vezes, o caldo desandava e fermentava, dando origem a um produto que se denominava “cagaça” e era jogado fora, pois não prestava para adoçar. Alguns escravos tomavam esta beberagem e, com isso, trabalhavam mais entusiasmados.

É uma bebida limpa em comparação com o Cauim, vinho produzido pelos índios, no qual todos cospem eu um enorme caldeirão de barro para ajudar na fermentação da mandioca.

O caldo era apenas consumido pelos escravos, para que ficassem mais dóceis ou para curá-los da depressão causada pela saudade de sua terra (banzo).

Contrariado com a desvalorização de sua bebida típica, a Bagaceira, produzida do bagaço da uva, Portugal proibiu a fabricação da Cachaça e seu consumo na colônia brasileira.

A retaliação a cachaça provou o nacionalismo brasileiro, levando o povo a boicotar o vinho português.

Portugal recuou quanto a decisão de proibir o consumo da Cachaça brasileira e decidiu apenas taxar o destilado, criando vários impostos conhecidos como subsídios, como o literário, para manter as faculdades da corte.

A aguardente de cana de açúcar era um dos gêneros que mais contribuía para a reconstrução de Lisboa, abalada por terremoto em 1755.

Com passar dos tempos, melhoraram-se as técnicas de produção. A cachaça é apreciada por todos. É consumida em banquetes palacianos e misturada ao gengibre e outros ingredientes, nas festas religiosas portuguesas (principalmente São João, Santo Antônio e São Pedro) o famoso quentão.

Devido ao seu baixo valor e associação às classes mais baixas (primeiro, os escravos depois, os pobres e miseráveis), a cachaça deteve uma aura marginal. Contudo, nas últimas décadas, seu reconhecimento internacional tem contribuído para diluir o índice de rejeição dos próprios brasileiros, alçando um status de bebida chique e requintada, merecedora dos mais exigentes paladares, ela ascendeu a níveis nunca antes sonhados e hoje é uma bebida respeitada e apreciada mundialmente, já tendo conquistado a preferência de pessoas de alta classe e sendo servida em encontros políticos internacionais, principalmente misturada com limão a famosa caipirinha e eventos de toda espécie pelo mundo afora.

Por ser uma bebida popular que vem a séculos acompanhando o povo brasileiro, é conhecida por inúmeros sinônimos sendo a palavra da língua portuguesa e talvez em qualquer outra língua, com diversos sinônimos como: malvada, mé, pinga, que matou o guarda, caninha, goró, birita, purinha, etc…

Essa bebida tão popular em nosso país é a fonte de inspiração dos nossos maiores poetas e pensadores, quem não conhece ao menos um verso de Noel Rosa? Quem nunca elogiou o genial Bernardo de Guimarães, Aluízio Azevedo, Castro Alves, poetas do passado e na nossa era João Ubaldo Ribeiro, Jorge Amado, Ariano Suassuna, todos amantes da destilada maravilha cristalina ou amarelada aguardente? Essa maravilha inspirou diversos compositores e sambistas ao longo do tempo, aliás o samba surgiu dos encontros de cachaça, conhecidos como “Sarau da pinga”, nossa cachaça tão apreciada por poetas e compositores também inspirou o grande herói da Inconfidência Mineira Tiradentes que manifestou como último desejo “um trago de cachaça”, levando dessa vida o sabor tão apreciado por ele, produto originalmente nacional.

A cachaça, bebida produzida inicialmente por escravos africanos também é introduzida por eles no Candomblé, Religião de Matriz Africana, além de utilizada em diversos rituais é uma bebida muito apreciada pelos membros da Religião, sobretudo os Ogãs, responsáveis pelo toque dos atabaques que percurtem a alegria dos Orixás.

Nossa agremiação não é diferente, seguindo os passos de diversos Blocos Carnavalesco ao longo da história em todo o país, surgiu de um encontro de cachaceiros movidos pela alegria e a doce inspiração da água ardente.

 

Bibliografia consultada:
-História da Cachaça e Wikipédia.