CARNAVAL DE 2014
SINOPSE DO ENREDOFavela |
Introdução
Somos a São Clemente, a Escola da irreverência. Quando o couro estremece com a pancada da fiel bateria, o Clementiano já sabe que é hora de brincar o carnaval na essência do que é esta festa: a alegria!
Mas não foi sempre assim, ou tão assim… No fim da década de 80 já éramos a Agremiação da espontaneidade, mas, junto com ela, vinha o grito: “olha a crítica!!!!” E foi dessa forma que alertamos o Brasil para o drama do menor abandonado, da violência e o perigo do samba sambar.
No carnaval de 2014, rimar São Clemente com irreverente vai continuar fazendo sentido. Subiremos a favela para mostrar toda a sua riqueza, malemolência e criatividade. Desvendaremos sua arquitetura, das origens à atualidade, dos costumes aos personagens. Em seus becos, vielas e barracos, encontraremos emoções, contradições e, claro, muita espontaneidade.
Hoje, Clementianos, favelados ou não, se misturam a esse corpo tão único e ao mesmo tempo tão heterogêneo, tão real e abstrato, tão sofrido e feliz… Portanto, seja bem vindo à favela da São Clemente, e conheça toda a dimensão da audácia humana!
SINOPSE
Chegava gente de todo lugar e em cada olhar havia uma chama, uma religião, uma fé…
Quem sou eu?
Herança do olhar de esperança dos negros enfim livres
A fé dos pobres soldados que foram a Canudos vencer o próprio espelho
Dos sem cortiço, excluídos da cidade que “limpava-se” deles próprios…
Quem sou eu?
Bisneto dos imigrantes que fugiram da guerra
Neto da seca do sertão
Filho da miscigenação
A pluralidade na origem, a uniformidade da carência
Sou a pobreza que apareceu em cada canto da cidade maravilhosa utopia, carente de verdade
Como fiz?
Da necessidade!
Erguendo formas estranhas, audaciosas
Tão perigosas quanto geniais.
Como fiz?
Desafiando a lógica e a gravidade
Arquiteto e engenheiro
Sem régua, sem esquadro
Sem segurança, nem dinheiro
Como fiz?
Com desejo em forma tijolo !!!
Coragem em prego e concreto !!!
Como malabarista do dia a dia, equilibrado na necessidade
Como fiz?
Caixote virando madeira, fazendo de esteira, colchão
E vela sobre a prateleira, garantindo iluminação
Sou sinistro !!!
Porque quebrei o muro invisível da cidade partida sob marteladas de ritmo…
Criação desenfreada…
“Gente simples e tão pobre, que só tem o sol que a todos cobre”
Mas que faz arte como nenhum outro
“Som de preto, de favelado, mas quando toca ninguém fica parado”
Sou Sinistro !!!
Porque levei pra cidade minhas manias e trouxe de volta ainda mais ricas
No improviso, na parceria, no sofrimento, na festa, na religiosidade
Muito sinistro !!!
Porque vão falando como nós, dançando como nós, grafitando como nós
Nem adianta
O povo pobre tem a força e a potência transformadora de um átomo
E não é só aqui, é no mundo inteiro
A massa, independentemente da cor da pele, da língua que fala ou do continente que vive
É cimento e sentimento
É concreto e abstrato
Nem adianta
Derrubam um barraco aqui, surgem cem ali
Renasce favela!
Sai dos labirintos, dança um afroreggae
Pinta a arte de nossos poetas
Exige mudança, refaz a esperança
E protagoniza teu próprio destino
Renasce Favela!
Em uma central única, desata os nós
Se antena no mundo
Ergue nossa voz
Tudo misturado, junto, conectado
Pobres, gays, louco ou burguês
Sem cor, sem religião
Toda cor, toda religião
Quem diria? O futuro vindo da contramão
Tudo misturado
Quem um dia foi humilhado
Hoje é estrela que brilha pelo mundo mostrando
O orgulho de ser daqui
Tudo misturado
Porque a cidade está em festa
A gelada está no bar e Dona Marta já fez o feijão
São Clemente hoje é nossa família, nossa favela, nossa paixão
Enredo:
Núcleo Criativo GRES São Clemente
Desenvolvimento de Enredo:
Bia Lessa
Sinopse:
Andre Diniz e Wladimir Corrêa
Presidente:
Renato de Almeida Gomes
Carnavalesca:
Bia Lessa