CARNAVAL DE 2014
SINOPSE DO ENREDOÉ Brinquedo, É Brincadeira, a Ilha Vai Levantar Poeira! |
Abra o baú da memória,
pegue um brinquedo
e invente uma história.
Relembre a alegria desta herança.
Levante a poeira, volte a ser criança!
Sonhe! Deixe para trás a realidade.
Sua lembrança é a porta da felicidade.
De origem diversa.
Antigo ou moderno.
Pelo encanto que desperta,
ele será sempre eterno.
Pode ser o tipo que for:
de qualquer tamanho,
matéria, forma ou cor.
Quer saber onde ele é feito?
Em uma fábrica fantástica!
E depois, presente na vitrine
ou naquele comercial de TV.
Como se lhe dissesse:
“- Me compre, eu quero você!”
E não serve só para divertir.
Ele tem tanto para ensinar,
quanto temos para aprender.
A cada dia descubra novidades.
Com cada pecinha montada,
crie novas prendas, novas cidades.
Assim vivendo e aprendendo,
nem sempre ganhando,
nem sempre perdendo.
Lembre que jogar era o seu viver.
No meio da garotada,
com a sacola do lado, só jogava pra valer.
Surgem novas formas de competição.
Avance no tempo e irá conhecer,
numa tecnologia de última geração,
o invencível herói, você pode ser.
E se caso pegar algo na estante,
verá que ele também está aqui.
Fala, pensa, anda e age como gente.
Atua nos palcos e nas telas;
saídos de algum livro ou gibi.
Saia por aí como um livre petiz!
No campo ou na cidade,
no morro ou no asfalto.
Pra lá do seu quintal,
por esse imenso país.
Brinque com o que a terra lhe dá:
Barro, madeira, palha, lata…
Seja um pequenino travesso; párvulo; piá.
Menino ou menina; pirralho; moleque.
Um maroto cazuza; guria ou guri.
Garoto ou garota; fedelho; pivete;
baixinho; erê; curumim; bacuri.
Pequerrucho grande, insulano brincante.
Folião errante; um gaiato pimpolho.
Olha a União da Ilha aí meu povo,
segura a marimba!
Empina a pipa, vá brincar de roda;
de pique-esconde. Correr e pular,
que a brincadeira não tem hora.
“- Ciranda cirandinha,
vamos todos cirandar…”
Molecada simbora!!!
A reinação terminou.
Encerrada a viagem,
redescubra a importância,
de uma bela infância.
Dignidade e respeito.
Amor e proteção.
Afinal de contas,
lembre que ser criança…
Não é brinquedo não!
Alex de Souza
Argumento
Brincar é coisa muito séria!
Em 2014, desfilaremos brinquedos e brincadeiras, numa incursão pelo universo infantil.
O enredo resgatará a memória afetiva da melhor fase de nossas vidas.
É também um resgate da identidade da União da Ilha do Governador. Escola que se caracterizou por desfiles leves e “brincalhões”.
Então, vamos nos divertir? Até porque a “hora do recreio” que desfrutamos a cada ano, é brincar carnaval.
Mostraremos um pouco de história e a importância de fatos referentes à infância.
Nem sempre destinado a crianças, alguns brinquedos foram utilizados por antigos povos em rituais e como objetos de adivinhação. Como entretenimento, há registros desde a antiguidade.
O conceito da palavra criança surgiu na época do Renascimento. Período que florescia a crença na humanidade e na sua capacidade.
Ao “inventar a infância” a modernidade cria a idade de ouro de cada indivíduo, fase em que a vida deveria ser perfeita, protegida e tranquila. Mas, a realidade sempre esteve afastada desse ideal.
Pintores e gravuristas em várias épocas retratavam com riqueza de detalhes, deixando um registro importante. Levando o adulto a prestar mais atenção no universo lúdico. E sua inseparável relação (desde a idade média) com a história do comércio e da evolução técnica de fabricação.
Brincando, a criança é conduzida ao imaginário. Experimenta, descobre, cria, exercita suas habilidades, desenvolve o intelecto e as relações afetivas. Estimula a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança. Contar, ouvir histórias, dramatizar, jogar com regras entre outras atividades constituem meios prazerosos de aprendizagem. Além disso, expressam suas criações e emoções, refletem medos e alegrias, desenvolvem características
importantes para a vida adulta. Brinquedos despertam vocações, pois muitos evocam na brincadeira o primeiro passo para uma carreira.
Considerados muitas vezes como frívolos, sem importância, foram aos poucos ganhando destaque entre os educadores.
“O desenvolvimento da criança acontece através do lúdico. Ela precisa brincar para crescer, precisa do jogo como forma de equilíbrio com o mundo.”
Quem disse isso foi Jean Piaget, psicólogo suíço, pedagogo considerado um dos mais importantes pensadores do século XX. Piaget publicou os primeiros artigos sobre a criança, o pensamento infantil e o raciocínio lógico.
A inteligência se constrói a partir do “jogar-brincar”.
Brincar deriva do latim vinculum, que significa laço, união e criação de vínculos.
Diferente de outras línguas que ligam brincar diretamente com jogar, como em italiano – giocare; espanhol – jugar; francês – jouer; inglês – play (jogar, tocar…), etc.
O faz de conta refere-se ao “mundo do imaginário, da fantasia”, “Fantasia é criar pela imaginação”, segundo Antônio Houaiss.
A começar pela literatura infantil, passando pelo teatro, aos desenhos animados na televisão e no cinema, os personagens oferecem imagens que são muito significativas para a criança, e como algo de sucesso que atrai a atenção da garotada, logo se tornam brinquedos.
A falta de espaço imposta pela vida urbana nos faz refletir sobre um ideal de infância com liberdade. Seria utopia? Causa perdida? Seria um lugar imaginário? Ou este lugar poderia ser encontrado em algum subúrbio ou por rincões espalhados pelo Brasil?
Vamos reviver algo que pode ser o passado ou o presente das crianças brasileiras, com suas tradições, características regionais, contato com a natureza.
O brinquedo artesanal é reflexo do ambiente em que ele foi construído e é o momento em que o objeto vira arte. E as brincadeiras são heranças de uma cultura popular miscigenada, com predomínio rural.
A preservação destas brincadeiras é muito importante para a manutenção folclórica do país.
Moral da história…
Cuide da criança que habita em você. Assim saberá cuidar e respeitar as demais. Sem felicidade nada disso faria sentido, nem o último lançamento ou a velha cantiga de roda; nada é mais importante que um sorriso.
Vamos brincar?