CARNAVAL DE 2015
SINOPSE DO ENREDOAqui Onde Nada Tinha – Quem a Esse Porto Vinha Dava de Cara com a Vizinha – Agora no Novo Porto |
“AQUI ONDE NADA TINHA
QUEM A ESSE PORTO VINHA
DAVA DE CARA COM A VIZINHA”
AGORA NO NOVO PORTO
Carnavalesco: JEAN RODRIGUES
Como aconteceu na maioria das nações, o porto é o início da expansão urbana e conosco não foi diferente.
Não só a cidade, mas grande parte desse país começa na zona portuária do Rio de Janeiro.
Ditando moda, costumes, credo e um cem número de informações vindas do velho mundo; o continente europeu.
Um grande incremento para tal expansão, é a mão de obra escrava, tendo em sua ausência de custo e de direitos um enorme atrativo, sem falar no enorme contingente à disposição, que mais tarde seria usado na urbanização, atrelado ao café e a cana de açúcar, que fomentam de lenha essa fogueira já bem aquecida.
Em meio a revoltas, pestes e toda uma sorte de eventos, o porto é empurrado para a cidade, a cidade para o estado e o estado para a nação.
E a corte faz o que faz todo centro de poder. Constrói casarões na zona sul, espalha cortiços e favelas no entorno do porto, construindo um antro epidêmico e de veloz miséria urbana.
Promessas (já naquele tempo) não cumpridas fazem nascer o Morro da Providência em 1897.
Soldados cariocas que lutaram na Guerra de Canudos tiveram a promessa de moradia após a vitória no evento. Fato que não aconteceu.
Logo como o próprio nome diz, tiveram que tomar uma providência.
Escorraçados por Pereira Passos, para as encostas do morro, ali fixaram moradia e lá encontraram na vegetação atlântica, uma planta que se parecia muito com a que eles viram no Nordeste baiano, lá chamada “FAVELA”. Daí surge a denominação “MORRO DA FAVELA” – Favela da Providência.
A Corte, recém chegada ao Brasil instala-se no Rio e começa a construir sua pomposa estrutura; igrejas, escolas, bibliotecas e hospitais, como o da Nossa Senhora da Saúde, que tem sua fundação por volta do ano de 1829.
Agora distante do temor de Napoleão, podem expandir-se social e comercialmente na nova província.
No entorno miserável da província aumenta a proliferação de doenças e pestes fazendo surgir inúmeros e violentos conflitos como: “A REVOLTA DA VACINA”. A taxa de morte é enorme no Rio de Janeiro no séc XVIII, que apenas uma centena de anos depois já seria conhecida como a “Cidade Maravilhosa”.
E ali, no cerne de tantas tragédias e conflitos, num recanto chamado Gamboa, que quer dizer “língua d’água terra adentro”, acontece um fato que impulsiona a urbanização: O desembarque da Imperatriz.
Com ela, começa a desfilar em nossas parcas ruelas, a alta costura européia e lindas moçoilas cobertas de rendas, véus e sombrinhas, rodeadas de doces fragrâncias, combinando poeticamente com a nossa brisa tropical.
Hoje, vislumbra ser um novo porto, com modernas instalações e voltado para a melhoria na qualidade de vida de moradores no seu entorno.
Uma nova visão urbana e de desenvolvimento pode ser sentida, nas mudanças já ocorridas e na esperança da conclusão das obras. Descortina-se um novo tempo, uma nova esperança para a zona portuária, palco de tempos medonhos, agora respira um ar de ecumênico bem estar.
Da Pedra do Sal ao Píer Mauá, do Cais do Valongo aos Morros do Pinto e da Providência; Cidade do Samba e Leopoldina se vêem num novo lugar, ainda empoeirado e confuso, mas em breve, um espaço aberto e modernizado para a sofrida população da zona do porto.
E assim, como renasce o porto, também queremos que ressurja uma de suas mais ilustres moradoras.
A Vizinha Faladeira, campeã do Carnaval de 1937, que queremos que retorne ao berço do samba, ocupando o seu lugar, tão assentado como as pedras do velho cais.
Que venham as reformas !
Que venha o progresso, a modernidade, a tecnologia, mas também que venha a Vizinha mais faladeira do Rio de Janeiro.
Que talentos a ajudem !
Que esforços sejam envidados a seu favor!
Enfim, que todos se unam pelo resgate de um baluarte do samba carioca, do verdadeiro samba.
A A.R.E.S Vizinha Faladeira !!