CARNAVAL DE 2016
SINOPSE DO ENREDOMaracanã-Guaçu e o Ninho dos Deuses |
A pomba, símbolo de nossa agremiação, no Carnaval de 2016, abre as portas de nossa escola para homenagear, outra ave, o Maracanã-Guaçu, mais conhecida por todos nós, simplesmente como pequena-arara e à associação que essa ave traz a todos nós cariocas.
Nossa amiga não veio de muito longe, é uma ave tipicamente tropical, facilmente encontrada do Panamá à Colômbia. No Brasil, é na Amazônia seu recanto favorito, mas como todos nós, nossa homenageada se encantou pelo Rio de Janeiro e na Zona Norte, nas proximidades da Tijuca, devido a abundancia da floresta Tropical, fez seu lar. Encanta pelo seu carisma, tamanho e claro beleza, não podemos negar também que ela é muito festeira, tão festeira que o barulhento som reproduzido por ela deu origem ao seu nome. Maracanã é uma associação ao som das maracas, instrumento típico usado nas danças latino-americanas e nos cultos dos índios Tupis.
Um grande rio, com mais de 8.500 m de extensão, desde sua nascente no maciço da Tijuca até sua foz, no hoje conhecido Canal do Mangue, que por sua vez deságua na Baía de Guanabara, recebeu o nome de nossa barulhenta amiga, por ela ter se instalado no local.
Devido à proximidade com Palácio Imperial, na freguesia de São Cristóvão, a área era habitada por uma classe média alta e graças ao processo de urbanização do Governo Imperial, em 1873 foram criados os bairros da Tijuca, Vila Isabel, Andaraí, Engenho Velho e do bairro, que assim como o rio, recebeu o nome de nossa homenageada, Maracanã.
Assim como nossa simpática ave, o bairro do Maracanã é muito especial para os cariocas, nele encontramos grandes centros de educação como a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) e a Escola Técnica Estadual Ferreira Vianna, vinculada a FAETEC.
O bairro batizado com o nome da nossa homenageada sempre teve um vínculo grande com as atividades esportivas. Desde 1885, quando a Rua Francisco Xavier deixou de ser um mero caminho que interligava as chácaras da então freguesia do Engenho Velho, foi inaugurado o Derby Club, a segunda associação de turfe do Rio de Janeiro.
Mas a menina dos olhos, não só do bairro, mas de toda a cidade, é a construção que ocupa o lugar do Derby Club: o estádio de futebol batizado com o nome do jornalista pernambucano Mario Filho, irmão de Nelson Rodrigues. A homenagem ao jornalista deve-se ao fato dele ter sido o principal defensor da construção do estádio para a realização da Copa do Mundo de 1950. Mas apesar do nome do estádio ser Mario Filho, todos o chamam de Maracanã. A voz do povo é a voz de Deus.
Nada mais justo que o estádio receba esse apelido, afinal a festa e o barulho que vêm dele podem ser tranquilamente comparados com alegria e o barulho de nossa Maracanã-Guaçu.
O estádio Mario Filho, o grande Ninho do Maracanã-Guaçu, já foi palco de grandes emoções. Nos fez chorar ao fazer da seleção do Uruguai campeã mundial no ano de sua inauguração em 1950, mais recentemente o Brasil foi campeão da Copa das Confederações em 2013 e em 2014 consagrou os alemães como reis do esporte bretão. Falando em reis, a própria Rainha da Inglaterra já esteve no Maracanã, além do Papa João Paulo II. Foi palco do desafio de gigantes do vôlei entre Brasil e URSS, teve seu maior público em um show de rock do grupo KISS, além de ter recebido Frank Sinatra, Tina Turner, Madonna, Paul McCartney e uma edição do festival Rock in Rio. Em 2007 foi o palco de abertura e encerramento dos Jogos Pan Americanos, e claro, não podemos esquecer fez a alegria de milhares de crianças ao ser palco oficial da chegada de Papai Noel.
O autor do primeiro gol do Maracanã foi Valdir Pereira ou simplesmente Didi, o Príncipe Etíope de Rancho (apelido dado por Nelson Rodrigues) esse mesmo estádio também foi testemunha do 1000º gol do Rei Pelé. Grandes nomes do futebol deixaram sua marca no Maracanã, mas apesar da casa ser do Maracanã-Guaçu, outra ave cantou de galo: Arthur Coimbra, mais conhecido como Zico, o Galinho de Quintino, é o maior artilheiro da história do estádio com 333 gols.
Em 1954 nosso grande Maracanã virou “papai”, com a inauguração do ginásio Gilberto Cardoso ou como é mais conhecido: Maracanãzinho. Palco do título mundial de basquete masculino do Brasil em 1963, dos Festivais Internacionais da Canção nas décadas de 60 e 70 e de concursos de Miss Brasil. Em 1982, durante o Mundialito de vôlei masculino, consagrou o jogador Bernad e o seu saque Jornada nas Estrelas.
Depois de tantos feitos, tantas glórias e histórias, faltava apenas um evento para consagrar em definitivo o ninho do nosso Maracanã-Guaçu. E os Deuses conspiraram a nosso favor. Zeus, o grande Deus do Olimpo, ordenou que seu mensageiro Hermes, também conhecido como Mercúrio, anunciasse que o fogo dos Deuses acenderá a tocha dos Jogos Olímpicos em 2016 no estádio Mario Filho. O grande Maracanã será o palco da abertura e do encerramento dos Jogos pela Paz e União dos povos. Em 2016 o ninho do Maracanã-Guaçu será o ninho dos Deuses Olímpicos.
O G.R.E.S. Vigário Geral, com a benção dos Deuses Gregos, vem com muita honra homenagear nossa pequena arara, que deu seu nome ao bairro e ao complexo esportivo que será o centro do esporte em todo o Mundo em 2016.
Autores: Alexandre Costa Pereira, Lino Sales e Marcus Vinicius do Val