CARNAVAL DE 2016
SINOPSE DO ENREDOEsquenta, Juntos e Misturados: Xô Preconceito! |
Rio de Janeiro! Os termômetros da cidade chegam aos 40o. Animados sambistas se preparam para mais um domingo de verão. O brilho do sol “esquenta” o Império da Zona Oeste, raiando a paz e uma “feliz diversidade…” Neste dia iluminado, Regina Casé e todo seu elenco comandam o “trem” de uma grande festa. Todos juntos e misturados, ao som da “bateria arrebenta”, exclamam fervorosamente: “Xô Preconceito!”. Nosso trem tem espaço para todos. Não importa a idade ou a sexualidade, o que nos interessa é a pluralidade: negro, branco, índígena, mulato, cigano, cafuzo, mameluco, chega mais, homem, mulher, gay, idoso, criança… Partiu! Da Zona Oeste a Zona Sul, cruzamos a cidade espalhando a nossa vibrante energia de liberdade. Mas falávamos em liberdade… Ah, liberdade! Desejo que inspirou tantos capítulos da nossa história. Os povos indígenas que, na “trama do seu cotidiano”, lutaram bravamente e imprimiram seus traços culturais no seio da nossa sociedade. O grito de liberdade também ecoou da resistência e da riqueza cultural dos negros aquilombados – cultura esta, que nos presenteou com a ginga, capoeira, congo, tambor de crioula e, principalmente, o semba a origem do nosso samba. Sol quente de vibrações positivas, nesse dia verão, o “bonde” está formado. Xande de Pilares, Péricles, Arlindo Cruz, Leandro Sapucaí, Mumuzinho e Douglas marcam o Partido Alto na palma da mão. Entre muitos sambas versados, a cantoria é no Cacique de Ramos, numa roda de samba animada em homenagem à “matriarca do samba”, Tia Ciata. No fundo do quintal, a batucada do tantã, pandeiro, surdo, tamborim e os arranjos dos cavaquinhos embalam a culinária. As baianas com suas mãos abençoadas preparam a feijoada. “Um sorriso negro, um abraço negro traz felicidade…” Enquanto a molecada se diverte… Desce mais uma gelada para alegrar a rapaziada. E o couro come! É a festa do samba e da negritude! Pelas janelas dos vagões animados, vemos as comunidades da cidade. É “festa no morrão”! Os funkeiros mostram suingue e criatividade nos “passinhos” e, as “novinhas”, com todo seu glamour, “quebram” tudo até o chão. E todos cantam: “Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci. E poder me orgulhar e ter a consciência que o pobre tem seu lugar”. Tudo que é muito bom é misturado, concordam? Dançam funk, gafieira e até balé clássico ao som das orquestras sinfônicas… E digo mais, acreditem se quiser: até o Velho Guerreiro distribui abacaxi e matuto pula fogueira ao som da zabumba e sanfoneiro… Cruzamos um belo arco-íris… Seu colorido germina as “flores da diversidade”. E logo mais a frente, nos misturamos a uma passeata com todas as religiões e portadores de necessidades especiais… Esquenta piloto! Hasteando a bandeira do respeito, da liberdade sexual e religiosa, chegamos à Avenida Rio Branco. Viajamos pelo universo cultural da Biblioteca Nacional. Aconchegue-se! Você que é nosso convidado, seja solidário e doe um livro. Leia e aprenda, nesse trem da inclusão social, todo mundo se diverte e se embala com as melódicas rimas da literatura de cordel. Nosso destino é a vida de um país mais justo, feliz e saudável. “Sai pra lá injustiça social” rumo à folia do carnaval. “Ô abram alas, que o “esquenta” vai passar”, perpetuando a alegria dos salões e dos blocos de rua; porque “quem não chora não mama”, brinca e respeita. Explode de alegria no bonde do “Esquenta, junto e misturado: Xô preconceito”.
Pesquisa e texto: André Ferreira e Marcos Roza
Carnavalesco: Sandro Aguiar