CARNAVAL DE 2016
SINOPSE DO ENREDOIbejís – Nas Brincadeiras de Criança: Os Orixás que Viraram Santos no Brasil |
É tarde, sexta feira, no sinal fechado dois irmãos reiniciam os malabares da vida, as esferas voam, parado no transito meu pensamento divaga e devagar a memória se revela: Batuque e Cores se misturam, ecoam tambores, risos, brincadeiras…
Dois, dois sereias do mar,
Dois, dois mamãe Iemanjá…
Dois, dois sereias do mar,
Dois, dois mamãe Iemanjá…
Ibejís: Herança da África ancestral, nos terreiros do Brasil…
Orixás… A Imagem de Irmãos Gêmeos, na proteção aos pequeninos…
A alegria gêmea da felicidade, se espalha… No sincretismo encontra outros irmãos e o culto ganha força vestido de pureza.
A fé se enche de esperança, um sorriso de criança para os corações desertos, calor que afaga a alma, acalma rancores, desarma os brutos.
Ia Iá prepara o doce… Yaô está no gongá…
E faz a vida como se fosse um viver sem amargar…
Hoje é festa de Ibejada! Salve Cosme e Damião!
A bola rola, cai na casa da vizinha…
O moleque! Quem vai pagar essa vidraça? Isso é coisa de Erê!
Ciranda menina! Ciranda menino! No Skindô lê lê da roda, uma cantiga que faz brincar, uma vontade de ter para sempre o bamboleio da fantasia, chegar ao céu da amarelinha e a bandeirinha quem vai pegar? Skindô lê lê! Skindô lá lá!
A magia está na linha, no elástico, na palma da mão… Gira no cata vento, mas não se perde no esconde-esconde, cadê o toucinho que estava aqui? Seu gato comeu!
Na dança das cadeiras uma brincadeira chega, outra sai, o sonho permanece na pintura de um desenho, na dobradura do papel, no bem me quer de uma flor, serra, serra, serrador…
O sinal já vai abrir, os irmãos preparam o fecho de ouro e vão dar um baile, lembro piratas, mascarados, ciganas, é carnaval na grande matiné dos pequenos.
Chega de infância roubada, inocência perdida, chega de demanda. Neste reino de Oxalá o futuro é uma criança que precisa de atenção.
É tarde, a sexta feira se foi, abre o sinal, soa a sirene, o relógio está zerado e a verdade de ser criança vai renascer, no bailar de uma porta-bandeira protegida pelo mestres-ala, sob o axé dos ibejís.
Hoje é festa de Ibejada! Salve Cosme e Damião!
Texto: Claudio Russo
Enredo: Jorge Caribé