CARNAVAL DE 2016
SINOPSE DO ENREDOAssim Caminha a Humanidade |
Desde os mais remotos tempos, o ser humano possuía grande necessidade de se locomover. Ir de um ponto a outro e retornar, manteria-o vivo como as aves migratórias, peixes, leões, guinus e tantos outros animais.
Por milênios ele caminha sobre a face da terra. A primeira comunicação desse fato, se dá na era do gelo; o grande êxodo de animais e homens fugindo da hecatombe do inverno prolongado na terra, mais especificamente no Polo Norte.
Com o passar de milênios, o homem continua a fazêlo, procurando deste feito, um meio de transporte que lhe proporcionasse mais conforto e menos tempo. Ainda a pé ele caminha para caçar, plantar, acasalar e formar bando, tornando-se mais resistente à predadores e mudanças climáticas.
A pé ele cruza continentes, atravessa da África para a Europa, da Europa para as Américas.
Jornadas humanas permanecem até nossos dias com imensa solidez, como a que existe na Espanha em “Santiago de Compostela”, onde pela fé, peregrinos vão até a catedral reverenciar os restos de Santiago Maior.
Já as cruzadas, também pela fé, levariam o evangelho de cristo a várias outras nações, sobre cavalos, um dos primeiros animais a ser domado pelo homem.
A partir daí, os animais vão exercer importante papel na locomoção humana. Elefantes e camelos são renomados veículos em seus habitats.
O camelo é ainda hoje, considerado o “navio do deserto”. O elefante apesar de ser maltratado é soberano na Índia.
Asnos, mulas, burros também possuem o seu lugar na história. O burro por exemplo, transportou Maria pelo deserto para dar à luz a Jesus.
Outros animais também tiveram seu momento de fama, como a macaca “Chita”, companheira inseparável de Tarzan em suas idas e vindas, de cipó nas árvores do continente africano.
Apesar de ter tido seu sexo trocado, o carismático chipanzé, habita até hoje o imaginário de pessoas ao redor do mundo.
Quem não se lembra de um desenho animado feito pelo estúdio de Hanna Barbera na década de 60, onde uma família de classe média vive aventuras na idade da pedra, tendo como forte apelo o meio de transporte da família, um automóvel de pedra movido à tração humana, ou seja, com os próprios pés de seus ocupantes; visto por mais de 300 milhões de pessoas, 80 países e em 22 idiomas.
As invenções proliferam através dos séculos. Em seu enorme anseio de saber o que há adiante, o homem cria máquinas, trecos e toda uma sorte de objetos voadores, quem sabe observando as aves no céu.
Um desses homens é o português Bartolomeu de Gusmão conhecido como o padre voador, a bordo de seu balão “Passarola”, viaja cerca de um quilômetro do castelo de São Jorge ao “Terreiro do Passo” em Lisboa, o ano era 1708. Somente 50 anos depois, os irmãos franceses Jaques e Josefh Montgolfier, repetiriam a façanha do jesuíta português.
Artistas, alquimistas, literários, escritores também especularam sobre fantásticas aventuras e viagens, universos onde o ser humano só poderia realizar algumas centenas de anos após.
O visionário escritor francês Jules Verne escreveu histórias fantásticas como “Viagem ao Centro da Terra”, “Vinte
Mil Léguas Submarinas” e até viagem à lua.
A bordo de seu submarino “Nautilus”, o Capitão Nemo cruza os oceanos retirando dele o combustível e a própria sobrevivência da tripulação.
Sem saber, quem sabe? Verner lança luz ao próximo século, que mesmo trágico para a humanidade, traria tantos outros inventos benéficos ao homem.
Um exemplo é Henry Ford, que levado pela visionária noção industrial, ultrapassa fronteiras nos EUA que só trens e carroças mal podiam alcançar. Destemido e empreendedor Ford também assistiria seus inventos se transformarem em pesadelos de outros homens.
Os tanques de guerra na 1a e 2a guerras eram máquinas de alto poder letal. Se locomovendo em praticamente qualquer terreno, depositaram emblematicamente um fantasma na alma do continente europeu “o nazismo”, triste capítulo da história humana.
Desde o antigo Egito, máquinas de guerra eram usadas para o bem estar humano e paradoxalmente de uso de humanos comuns, para enormes conflitos.
Fortificações, templos e pirâmides estão relacionadas ao arrasto e depósito de grandes blocos de pedra.
Como transportá-los? Como içálos? Pedreiras eram muitas vezes distantes quilômetros da construção.
Faraós como Tutancamon, Ramsés, Set e tantos outros deram sua contribuição ao transporte, ciências e etc. Infelizmente, parte está coberta pela areia milenar no Vale dos Reis, tanto como sua razão, guardadas para
sempre às margens do Nilo.
Quase em todo o globo terrestre, corajosos e destemidos homens se arriscavam em novas proezas, embuídos da vontade de alcançar lugares e terras distantes, se empenham em máquinas e parafernálias por vezes desastrosas, por outras de esplendoroso sucesso . Um brasileiro faria franceses e boa parte do mundo prender a respiração por alguns minutos.
Santos Dumont voaria num protótipo de avião, o 14 BIS , sem saber como. Henry Ford, que mais tarde veria sua criação usada em guerras , porém depois serviria para ajuda humanitária, como remédios ,alimentos e socorro aos lugares mais remotos do planeta.
Infelizmente algumas invenções não obtiveram tanto glamour, nem algum respeito, como a cadeira de rodas. Esses nossos companheiros de viagem sofrem em cidades e lugares onde residem e trabalham. Que se acorde para a facilitação desse ilustre passageiro contribuinte de impostos como nós.
Rumo ao infinito, caminhamos agora para o universo. O homem busca fronteiras nas estrelas. O projeto “Marte” prevê povoar o planeta vermelho abrindo assim o caminho ao infinito.
Creio que uns dos motivos de tantas viagens do homem seja a solidão.
Desejamos muito encontrar seres verdinhos, pequenos e a fim de fazer amigos. Quem sabe poderíamos arranjar outros parceiros nesta jornada.
Desde o nascimento (parto) partimos para a vida e depois, nos perguntamos como será a última viagem? Nas nuvens? Com asas? Com anjos em volta? Não saberemos, só saberemos depois do fim.
Seja lá o que for, será mais uma viagem, talvez o começo de centenas e centenas de outras…
Levaremos o espírito de um viajante. De um ser aventureiro e inquieto que não cansou de tentar descobrir outros horizontes, que só tem como certeza, um sentimento, um único conceito. O mais fantástico de todos que é:
assim que caminha a humanidade.
Jean Rodrigues, carnavalesco