Unidos da Tijuca – Sinopse 2020

CARNAVAL DE 2020

Unidos da Tijuca - Bandeira
SINOPSE DO ENREDO

Onde Moram os Sonhos

Unidos da Tijuca - Bandeira

 

RESUMO

A Unidos da Tijuca escolheu, como tema para o enredo de 2020, a Arquitetura e o Urbanismo. Cenário do Carnaval carioca, que é um dos maiores espetáculos a céu aberto do planeta, o Rio de Janeiro é Patrimônio Cultural Mundial, na categoria paisagem urbana, desde 2012. A cidade recebeu, ainda, recentemente, o título de primeira Capital Mundial da Arquitetura, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pela União Internacional dos Arquitetos (UIA). No ano em que o Rio será a sede de importantes eventos internacionais, como o 27º Congresso Mundial de Arquitetos e o Fórum Mundial de Cidades, além de exposições e concursos públicos, a Tijuca projetou seu desfile para explorar o passado, entender o presente e arquitetar o futuro. O enredo vai mostrar a incrível capacidade do homem de criar espaços que possam servir de abrigo para diferentes atividades. Ao realizar o seu trabalho, os arquitetos deixam registros que nos ajudam a compreender a nossa história. Templos, monumentos, casas, prédios, conjuntos habitacionais, parques, praças, ruas e avenidas revelam a contribuição de uma das mais antigas profissões. Das edificações da Antiguidade às cidades modernas, cada espaço ensina a cultura de seu tempo. Mas muitos são os desafios. É preciso conservar o patrimônio cultural da humanidade, além de resolver os problemas gerados pelo crescimento injusto e desigual, que se agrava nos centros urbanos e afeta a existência de todo o planeta.

A Tijuca percorre a Avenida da Capital Mundial da Arquitetura apresentando algumas de suas grandes realizações do passado até chegar às modernas metrópoles da atualidade e seus problemas. E convida o público a participar de um projeto de um futuro em que haja qualidade de vida e justiça social para todos. Que venham os arquitetos e urbanistas do mundo! Vamos planejar o amanhã… Porque os sonhos vivem dentro de nós e é possível torná-los realidade, se trabalharmos juntos.

 

O DESFILE
 

ABERTURA

O que move homens e mulheres que se dedicam a pensar na arte de viver, projetar, organizar e produzir o lugar da moradia, do trabalho, da diversão, do lazer e da religião?

A sensibilidade do artista procura e encontra soluções, ao erguer palácios, igrejas, casas, vilas, cidadelas e metrópoles que desafiem o tempo e o espaço. Esse é um processo que acontece há milênios, todos os dias.

 

EM BUSCA DA ETERNIDADE

Na Antiguidade, os que governaram as primeiras civilizações construíram edifícios monumentais para cultuar suas divindades, abrigar seus sarcófagos, proteger suas cidades, divertir seus povos. Maravilhas arquitetônicas do Mundo Antigo resistiram há milhares de anos, para que suas ruínas nos revelassem histórias perdidas no tempo, onde faraós e imperadores homenageavam os deuses e construíam templos que são testemunhos da avançada cultura das sociedades daquele período. O refinado conhecimento dos povos antigos, com suas construções simétricas e harmoniosas, foi resgatado de suas ruínas e inspira, até hoje, a arquitetura mundial.

 

ARQUITETANDO O BRASIL

Muitos povos indígenas residem em construções que guardam um conhecimento ancestral. As ocas e malocas de madeira, folhas e fibras, habilidosamente encaixadas e trançadas com cipó, se integram à natureza e ao modo de vida das populações tradicionais. A chegada dos portugueses, no século XVI, dá início a uma nova forma de arquitetura e de construção, que, além do conhecimento indígena e dos colonizadores, recebe a influência dos negros africanos escravizados. Cada edifício da história guarda os registros do trabalho de seus arquitetos e da mão de obra que os construiu. Caminhar por algumas cidades históricas de Minas Gerais é conhecer a riqueza das igrejas barrocas do período colonial, que floresceu no ciclo do ouro, nos séculos XVII e XVIII, e, também, a genialidade do artesão Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. A vinda da família real, em 1808, e, tempos depois, da Missão Artística Francesa favoreceu o uso de materiais mais refinados, que chegavam das fábricas portuguesas para revestir as edificações do neoclássico carioca. A criação da Academia Imperial de Belas Artes e do primeiro curso de arquitetura civil aguça o gosto pelos traços europeus. Alguns artistas da era moderna avançam em novas formas, inspirados pelas curvas da natureza, ainda sob a influência francesa. No modernismo, a leveza do traço do genial arquiteto brasileiro projeta o Brasil para o mundo inteiro. A capital pousa no centro do país e se torna um uma referência de planejamento urbano modernista.

 

O SONHO QUE SE PERDE TODOS OS DIAS

No entanto, com o passar do tempo, crescem as cidades, de forma desigual, e, com isso, surgem os problemas que afetam a maioria da população das metrópoles. O desmatamento avança, sem nenhum controle, provocando o esgotamento dos solos, o desaparecimento das águas e o desequilíbrio climático, com graves consequências para todo o planeta. No lugar das florestas, surgem as cidades sem infraestrutura e serviços públicos, onde a violência se espalha e a desigualdade social expulsa e ameaça a vida de quem não tem sequer o direito à moradia. Os vazamentos de petróleo matam pássaros e peixes, destruindo ecossistemas sensíveis. O combustível poluente abastece um trânsito caótico, imobilizando as pessoas em seus milhares de automóveis, que poluem o ar e contribuem para o aquecimento global. A enorme quantidade de lixo, originado pelo consumo desenfreado, afeta os rios, os mares e a terra. São toneladas diárias de detritos contaminando tudo ao redor. Nas cidades de hoje, esquecemos o futuro todos os dias. E o mal, que produzimos para o ambiente em que vivemos, pode atingir o equilíbrio da natureza em lugares que não podemos imaginar.

 

A CIDADE PODE SER MARAVILHOSA

Pense em uma cidade onde é possível abrir as janelas para contemplar o verde, passear nos parques, circular nas ruas, sentir a brisa quente que vem das praias e traz o cheiro da maresia… Respire o ar puro da floresta. Imagine um lugar onde os rios correm livremente para o mar e é possível mergulhar na baía e nadar na lagoa. Em que casas seguras e confortáveis, construídas em suas colinas, contemplam a paisagem e repousam tranquilas. Aqui, se pode acordar mais tarde e chegar do trabalho mais cedo, porque o trânsito flui e o transporte é acessível. O ar é puro, a vida é boa. Tem escola, universidade, teatro, cinema, hospital e moradia para todos. Essa cidade existe e está nos sonhos de milhares de pessoas. Ela também vem sendo construída no trabalho cotidiano de quem dedica sua existência a buscar soluções para criar uma cidade sustentável. Mas é preciso conquistá-la, alimentar os sonhos todos os dias. A Tijuca quer arquitetar o futuro na Avenida do Samba, provocando o encontro com aqueles que sabem que ele é possível. Conhecer o passado, reagir ao presente e tramar o futuro nos traz a certeza de que não devemos retroceder. Porque o sonho que se sonha junto é realidade e a cidade maravilhosa ainda precisa ser conquistada!

 

Paulo Barros, Isabel Azevedo, Ana Paula Trindade e Simone Martins.