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Império Serrano Inicia Desfiles do Grupo Especial com Homenagem a Arlindo Cruz
O Império Serrano teve a responsabilidade de abrir os desfiles do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí em 2023. Atual campeão da Série Ouro, o Reizinho de Madureira mostrou uma apresentação imponente, almejando realizar seu melhor carnaval no século. O enredo, uma homenagem a Arlindo Cruz, emocionou tanto os imperianos quanto o público presente. O desfile foi marcado por uma exibição visual impecável.
Apesar do impacto visual positivo, a agremiação enfrentou algumas falhas. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marlon Flôres e Daniele Nascimento, enfrentou dificuldades com o vento, resultando na bandeira enrolada. O canto irregular, possivelmente devido ao volume das fantasias, e a evolução, especialmente com um grande espaço deixado à frente da quarta alegoria, causam preocupação.
O enredo, intitulado “Lugares de Arlindo” e assinado pelo carnavalesco estreante Alex de Souza, explorou a vida e obra do cantor e compositor Arlindo Cruz. A apresentação encerrou-se em 67 minutos.
A comissão de frente, coreografada por Júnior Scapin, intitulada “A Fantasia – O Nosso Lugar: Reza, Amor e Fé – Um Ritual de Cura e Axé…”, trouxe elementos cenográficos como o banjo, apresentando uma dança baseada no jongo. Destaque para a representação de vovó Maria. No alto da tamarineira, Arlindinho, filho de Arlindo Cruz, surgiu tocando um banjo, emocionando o público.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marlon Flôres e Danielle Nascimento, teve uma apresentação problemática. Enfrentaram o vento no primeiro módulo de julgamento, onde o pavilhão acabou enrolando. A lentidão observada na dança clássica no primeiro módulo repetiu-se em momentos subsequentes. Apesar disso, a fantasia, denominada “Poema aos Peregrinos de Fé”, foi impactante, inspirada no samba de Arlindo para o Império Serrano em 2015. A presença dos guardiões com estandartes de São Jorge e Santa Bárbara complementou o conjunto.
Elogiar Ito Melodia pode cair na redundância, mas é válido destacar seu talento após anos à frente da União da Ilha. No Império, ele demonstrou total integração, conduzindo o samba com maestria, embora o canto da escola tenha sido irregular e oscilado ao longo do desfile.
O enredo foi dividido em seis setores, explorando desde a relação do artista com o bloco Cacique de Ramos até aspectos românticos e sua contribuição como compositor de samba-enredo. A evolução do Império foi, em geral, compacta e empolgada, com destaque para a organização das alas. Houve, no entanto, um problema com um buraco deixado em frente ao primeiro módulo de julgamento.
O samba-enredo, de autoria de Sombrinha, Aluísio Machado, Carlos Senna, Carlitos Beto Br, Rubens Gordinho e Ambrosio Aurélio, apresentou uma característica única em seu formato acróstico, homenageando Arlindo Cruz. Apesar de uma inicial demora para empolgar, a escola passou a cantar com mais entusiasmo após a saída da bateria do primeiro recuo. Destaque para o refrão principal que cativou tanto os componentes quanto a torcida.
O conjunto alegórico do Império Serrano causou ótima impressão, destacando-se pela grandiosidade, qualidade no acabamento e riqueza de detalhes. Os carros, como o abre-alas “Estava nascendo o Império Serrano, Reizinho do meu lugar, pro santo guerreiro abençoar”, encantaram com esculturas imponentes, incluindo uma de São Jorge Guerreiro. As fantasias, mesmo em meio a desafios financeiros, apresentaram requinte e bom gosto, com destaque para “Na Sombra da Tamarineira, o Cacique e o Pagode”. A presença de Arlindo Cruz na última alegoria emocionou a todos.
O esquenta do Império, com sambas memoráveis como “O Império do Divino”, “E verás que um filho teu não foge a luta” e “Aquarela do Brasil”, elevou o público desde o início. A rainha da bateria, Darlin Ferrattry, apresentou sua filha, Wenny Isa, como princesa, ambas interagindo com os ritmistas durante as bossas. Alguns amigos de Arlindo Cruz, como Regina Casé, Péricles e Hélio de La Peña, desfilaram na última alegoria, tornando o momento ainda mais especial.
Vídeo da Bateria e Carro de Som