Por Tarcísio Araújo
Daqui até o início dos ensaios técnicos, o Apoteose.com conversará com os mestres de bateria do Grupo Especial e Série A, para saber como andam os preparativos para 2016. A estréia foi na Verde e Branca da Formiga.
Um dos mestres mais experientes do carnaval carioca completará dez anos à frente da Bateria Sinfonia Imperial no carnaval de 2016. Antonio Carlos Martins de Carvalho, ou Mestre Capoeira, foi contratado para o carnaval de 2007, após o Império sagrar-se campeão do Grupo B:
– Estamos nos preparando para o carnaval de 2016. Não sei se é o meu último, mas vou com tudo, para fazer mais um grande desfile. Foi um desafio onde o presidente queria que assumisse em Dezembro, mas só assumi em Abril. Peguei a tarefa de construir aquela bateria, porque não tinha. Hoje em dia temos uma bateria nossa, da Escola. Nesses dez anos fizemos alguns desfiles memoráveis e me sinto orgulhoso.
Conhecido pelo seu jeito áspero de falar, mas também pelo coração bondoso, Capoeira terá um desafio para o próximo carnaval, voltar a ganhar os 40 pontos para a escola. Após um rendimento aquém no Grupo Especial, a Sinfonia mudou um pouco a sua forma de pensar:
– Até pequei por isso, mas eu quis priorizar o pessoal da casa (desfile do Grupo Especial), segmentos como tamborim, caixa, pois estavam comigo até hoje e foram comigo para o Especial.
Após as críticas feitas pela escolha do samba, as atenções ficam voltadas para a bateria e ele promete surpreender, além de continuar com o andamento para trás, mesmo não gostando muito:
– Não nego a minha raiz e sempre gostei do andamento para frente, mas fui obrigado a me adequar ao carnaval moderno, já o julgamento está mais exigente e para poder me aposentar com notas dignas, mas tem sambas que pedem um andamento mais pra frente (risos). Teremos algumas surpresas no desfile, mas tem uma bossa que começa no meio do refrão e vai até a metade da segunda do samba.
Mesmo há tanto tempo como mestre, Capoeira se sente magoado por não ter ganho o Prêmio S@mbanet, no ano de 2010, um dos mais tradicionais do carnaval:
– Não ganhei o prêmio no ano que eu merecia ganhar. Todo mundo falava que merecíamos, mestres, ritmistas, mas não ganhei. Nesse ano eu fiquei chateado, mas bola pra frente.
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