Por Thalita Santos

 

A Bateria da Porto da Pedra continua trabalhando com o mesmo objetivo do último ano: andamento mais para trás do que os anos anteriores, mantendo a cadência.

Mestre Celinho contou como foi seu primeiro ano de trabalho na escola de São Gonçalo e como foi colocar o seu estilo na Ritmo Feroz.

Celinho, mestre de bateria da Porto da Pedra (Foto: Divulgação)

Celinho, mestre de bateria da Porto da Pedra (Foto: Felipe Araujo)

“Foi tranquilo. Tivemos até uma surpresa. Nós pensávamos que fossemos encontrar uma certa dificuldade porque a bateria tinha uma característica diferente da minha, um andamento um pouco mais na frente e eu gosto do andamento mais para trás. Conversamos com o pessoal, passamos como seria o trabalho e a galera aceitou. Com 5 ensaios já sentimos a diferença, já consegui colocar no meu estilo. Foi tudo bem.”

Além da sua característica de andamento, Celinho preza pela educação musical na sua bateria. Como ele diz, “cada mestre tem seu estilo”, e ele não gosta de correria e pancadas nas marcações, pois não ajuda a tirar um bom som do instrumento, além de ser um fator que contribuiu para o aceleramento do andamento, pois todo mestre tem que lidar também com o fator “empolgação” dos ritmistas para controlá-lo.

“A forma do ritmista tocar e a forma do mestre de conduzir fazem a diferença para acertar o andamento. Os ritmistas tocando no mesmo padrão e o cuidado com a afinação. Colocando o surdo de terceira com a afinação muito alta, a tendência é o ritmista querer tocar mais alto e assim acaba acelerando. Colocando uma afinação mais baixa, ajuda a segurar o andamento e a manter a cadência.”

A Porto da Pedra também faz oficina de percussão para formar novos ritmistas. Mestre Celinho considera importante esta renovação.

“É importante para todas as agremiações. Todas as baterias tem que trabalhar pra ter seus ritmistas. Não podemos deixar o samba morrer. Quando eu cheguei na Porto da Pedra, procurei trabalhar com o pessoal da escola. Em janeiro vamos selecionar os ritmistas da oficina que já estão tocando bem para entrar na bateria.”

No próximo carnaval, a Porto da Pedra será a terceira agremiação a desfilar na sexta feira de carnaval e a Viradouro a quinta. Como as duas escolas são próximas, e vinte minutos separam as duas quadras, muitos ritmistas que desfilam nas duas, terão que escolher em qual desfilar.

“Muitos ritmistas da Viradouro que saíam comigo desde a época da Tijuca, este ano não poderão estar conosco porque não dá tempo. São apenas 55 minutos de desfile, fica muito corrido. Estou trabalhando com ritmistas do Rio pra somar com a base da Porto da Pedra.”

Para o carnaval 2016, Celinho está tranquilo com o trabalho em cima do samba escolhido. Conta com um intérprete que gosta do seu estilo de andamento e segunda ele, tudo está caminhando bem.

“No início tivemos alguns probleminhas, nos dois primeiros ensaios, mas já nos encontramos. É o segundo carnaval trabalhando com o Anderson Paz. Já nos encaixamos bem.”

A Ritmo Feroz vai levar 3 bossas e uma coreografia para a avenida. Celinho gosta de trabalhar em cima do que pede o samba.

“Fizemos em 2015 uma bossa que tinha uma conversa da marcação com o repique, e esse ano não está sendo diferente, tem uma conversa entre os instrumentos, mas tudo dentro da melodia.”

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