G.R.E.S. ARRASTÃO DE CASCADURA |
Sinopse 200 6 |
I - PARTE: Encontro com a cultura YORUBÁ Um sambista do Arrastão resolve mexer na história negra brasileira ao viajar para Nigéria e rever seus antepassados e suas raízes da etnia Yorubá. O Dudu Alábukun (Negro Abençoado na língua Yorubá) do Arrastão fica maravilhado, pois na Nigéria encontra culturas negras quase idênticas as encontradas no Brasil, ou seja, Brasil e Nigéria são faces de uma mesma moeda, só muda determinados conceitos. As semelhanças que o nosso viajante encontra entre os Yorubás da Nigéria são em primeiro lugar a religião dos orixás trazida pelos Yorubás. Essa religião milenar ainda praticada na Nigéria nos levou uma cosmogonia de que mostra a criação do mundo através de uma ótica peculiar do povo negro que até hoje se espalha por todos os estados brasileiros. Falar em deuses como Xangô, Obaluaiê, Iansã, Ogum, Nanã e tantos outros é falar da contribuição dos Yorubás. Caminhando pela Nigéria o Dudu Alábukun encontra os vestígios do Ilê -Ifé , a cidade sagrada do povo Yorubá, onde o guerreiro Oduduá nos tempos imemoriais comandou a criação da civilização humana depois de Oduduá uma linha de reis orixás - seus descendentes - com títulos honoríficos de Alafin comandou uma dinastia que perpetuou a saga do povo Yorubá. Nosso sambista se identifica também com a ligação deles e a natureza, o culto aos orixás sempre feito nas florestas e seus principais conceitos se revelam na natureza.
II – PARTE: Descoberta da força de Maomé na Terra dos Yorubás Indo mais além, nosso sambista encontra e verifica na Nigéria de hoje a religião de Maomé como sendo a predominante no país, vê as tradicionais mesquitas e todos os seus mistérios. Fica maravilhado com a cultura islâmica, como ela é forte no país, o respeito que eles tem pelo seu livro sagrado, seus princípios nele revelados, mesquitas reservadas aos homens (onde eles realizam suas orações), mulheres com seus véus (mantendo seus mistérios), principalmente suas danças (momento que elas tomam o poder de enfeitiça-los) e em sua alimentação a força que a pimenta tem. Nosso Dudu lembra então, que a religião Islam em seu país, o Brasil, foi trazida pelos Yorubás, que já haviam sido islamizados quando da invasão do Golfo de Benin.
III- PARTE: Volta ao Rio de Janeiro – A Nigéria também é aqui! O nosso sambista, satisfeito com sua viagem e tantas descobertas feitas, retorna ao Rio de Janeiro, Brasil, nos dias atuais. Logo de cara, percebemos que seus olhos estão mudados. Já vê o que está em volta de forma diferente. Passa então enxergar a presença da Nigéria no Brasil. Principalmente nas ruas do Rio, quando vê negros usando abadas e equetés - roupas tradicionais do povo Yorubá. Vê ainda o estampado de roupas usadas por militantes negros na Nigéria, ou seja, existe uma moda afro-brasileira moldada com influência dos Yorubás. Nosso Dudu vai mais longe. Ao visitar algumas agremiações, nota o fenômeno dos blocos afro, que nascidos na Bahia, se tornaram comuns no Rio e em outras partes Brasil. Os nomes Yorubás dos blocos afro – Alafin Aye, Agbara Dudu, Orumilá, Dudui Aye, etc. Lhe chama atenção também o centro do Rio formado por bairros como Saúde, Gamboa, Santo Cristo, Praça Onze, Catumbi, Rio Comprido – que sofreram influência da cultura Yorubá. O samba, conta-se, nasceu no terreiro de Mãe Ciata(uma negra criada sob forte influencia Yorubá), em 1916, na Praça Onze. Os primeiros terreiros da religião dos orixás foram instalados no bairro da Saúde. Também no Rio os negros islamizados vindos de Salvador, após a Revolta dos Malês, moravam na Pequena África ou seja Nigéria lá, Niogéria aqui, sempre um encontro de culturas que redundaram numa cultura especial: a do afro-brasileira.
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