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G.R.E.S. CAPRICHOSOS DE PILARES

Sinopse 2005

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CARNAVAL, DOCE ILUSÃO. A GENTE SE VÊ POR AQUI NO MEIO DA MULTIDÃO: 20 ANOS DE LIGA"

 

"Carnaval doce ilusão / Dê-me um pouco de magia / de perfume e fantasia e também de sedução / quero sentir nas asas do infinito / minha imaginação..." A Caprichosos de Pilares pede licença ao poeta Silas de Oliveira e usa seus versos imortais como base de inspiração para o seu carnaval de 2005.

Há 21 anos, era criado um palco fixo para a realização do carnaval carioca: o Sambódromo. Um ano depois, um grupo de sambistas fundava a Liga Independente das Escolas de Samba. A intenção desses visionários era criar uma entidade que lutasse pelos direitos das Escolas de Samba.

A iniciativa deu certo e, ao longo de 20 anos, o que podemos acompanhar foi um crescimento forte do maior espetáculo audiovisual do planeta. As escolas desfilam por esse imenso palco de ilusões, disputando, quesito a quesito, o lugar mais alto do pódio. O carnaval tornou-se um verdadeiro jogo de xadrez, no qual a agremiação que for mais inteligente e que melhor movimentar suas peças leva o troféu. Não importa se ela é pequena ou grande, mas sim como se prepara para o jogo.

O povo, que nessa folia vive a magia de esconder atrás das máscaras as amarguras do dia-a-dia, muitas vezes não tem condições de brincar nesse palco, então se espalha pela concentração e tenta acompanhar os desfiles da margem do Mangue, do alto do viaduto ou espremido nas barracas, através de televisores. A televisão, com sua força e poder, tornou-se o vínculo de aproximação entre as comunidades carentes e suas agremiações.

Esse povo, que ano após ano se encontra no carnaval, que revive nas fantasias reis e rainhas, personagens históricos e imaginários, que unidos nas arquibancadas são muitas vezes responsáveis pelo verdadeiro sucesso de algumas agremiações, criou musas e mitos. Diversos anônimos entraram na passarela e tornaram-se figuras reconhecidas e populares. A Caprichosos tem a honra de ter posto pela primeira vez na passarela uma modelo que, 18 anos após, seria considerada a maior musa que já existiu na história da Passarela do Samba. Luma de Oliveira pisava na Sapucaí pela primeira vez no carnaval de 1987, fazendo top less, à frente dos ritmistas da Caprichosos de Pilares.

Um dos mais fortes mitos é o "gênio da criação", Joãozinho Trinta. O mago maranhense encanta o público e faz delirar a todos que acompanham seus trabalhos. Ele se encontrou com o povo e fez das paixões desse povo sua principal fonte de enredos. Com "O Mundo é uma Bola" propôs na avenida uma verdadeira pelada nacional. A Beija-Flor jogou debaixo de um forte temporal, e mesmo assim sobrou na avenida, dando um banho de samba em 86.

Sua aclamação veio três anos depois. Em 1989 com o desfile do Luxo e do Lixo se encontrou de vez com o povo que sempre defendeu. Num momento de humildade, vestiu-se de gari e brincou o carnaval como um simples folião.

A Caprichosos, ao longo da sua trajetória, marcou o público com seus desfiles polêmicos e criativos, recheados de irreverência. Foram personagens e histórias que para sempre ficarão na história do carnaval. Como esquecermos da Cabrocha Lilli, da luta entre o Canariquito e o Sandrácula, dos políticos corruptos que sempre criticamos ou do pivete de 1993, manchete de todos os jornais. Foram temas do povo cantados pelo povo.

Nesses 20 anos de Liga, o que se pôde perceber foi uma fusão entre escolas de samba e o seu público. A Sapucaí balançou com desfiles empolgantes como o Ita do Salgueiro em 93, a Paulicéia da Estácio em 92, o Bi da Mocidade em 90 e 91, a Kizomba de Vila Isabel em 88 e, num momento de ápice, o povo desceu as escadarias para acompanhar de perto o Braguinha da Mangueira em 84.

O público fez a sua parte e as agremiações também. O desfile ganhou ares de técnica e perfeição. Uma figura polêmica, porém muito divertida, surgiu tornando-se a maior campeã da passarela do samba - Rosa Magalhães. Com seus desfiles tecnicamente perfeitos, a carnavalesca tornou-se a pessoa mais discutida dessa festa. Quando surgiu no Salgueiro, através das mãos de Pamplona e Arlindo, a carnavalesca não previa o que a aguardava.

Rosa é como um bom vinho ou wisky, com o passar dos anos vai ficando melhor. Sua Catarina de Médicis, com os leques e luxo barroco, marcaram para sempre o palco das ilusões.

Nesta noite de esplendor, a Caprichosos debocha de tudo, resgata sua essência, sua veia crônica e traz de presente para a Liga um pouco da história desse que mistura realismo e imaginário nos últimos 20 anos. Venham conosco, vistam suas fantasias, sejam o que quiser. Vamos nos encontrar mais uma vez e juntos celebrar nesse arrastão da ilusão.

Chico Spinoza

 

"Um samba pra brincar"

Autor: Chico Spinoza
Parceria: Grandes Compositores da Passarela do Samba

Vou vivendo o dia-dia
Embalado na folia
Do meu carnaval
Um jeito novo
De fazer meu povo delirar
Sou da vida um mendigo
Da folia eu sou Rei
Vem menininha pra dançar o cachambu

Moça bonita aqui não paga
Pisa na casca de banana e escorrega
Aqui não paga, mas também não leva

Me dê, Me dá, Me dá, Me dê
Onde você for eu vou com você
Ajoelhou tem que rezar
Quem comeu. Comeu
Quem não comeu, não come mais

Bota, bota, bota fogo nisso
A virgindade já virou sumiço

 

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