G.R.E.S. ACADÊMICOS DO CUBANGO |
Sinopse 2007 |
O envolvimento de alegria que chegará à Sapucaí num encontro do G.R.E.S. Acadêmicos do Cubango com a Cidade de Paracambi, nesse universo chamado carnaval, a história dessa cidade será contada. Misturando sonhos e culturas vamos conhecer Paracambi, conjugando o alvorecer de suas idéias com o esplendo da sua história. A Cubango vai mostrar a criatividade desse povo, sua cultura com a modernidade e a velocidade de seu tempo. O Município de Paracambi (Rio dos Macacos) nasceu da união de dois distritos, o 7º de Vassouras chamado Tairetá, e o 3º de Itaguaí, denominado Paracambi. Na verdade, as duas vilas confundia-se formando uma só família, tendo apenas a dividi-la politicamente o Rio dos Macacos, sem contudo separá-las socialmente.
Não há registros de aldeamentos indígenas permanentes na região em torno do Rio dos Macacos por volta de 1500. Esta região era usada como área de caça e pesca por índios das tribos Tamoios, Aimorés (também conhecidos como Botocudos ) e eventualmente visitadas por índios Puris que habitavam o outro lado da Serra dos Órgãos, eram nômades e tinham características diferentes dos demais e se destacavam na luta contra os inimigos principalmente os Goitacazes que faziam expedições eventuais para manter a proteção de seus domínios. Todas essas tribos eram inimigas entre si e viviam em guerra permanente.
Somente quando os franceses se preparavam para efetivamente ocupar a Baia de Guanabara construindo fortificações e instalando contingente militar, é que a coroa Portuguesa resolveu reagir, visto que a Guanabara por sua posição geográfica estratégica tinha importância fundamental para viabilização da segurança e para controle das rotas portuguesas de comércio para o oriente através da costa da África. Somente
em 1530, Martim Afonso de Souza aporta na Guanabara, comandando a 1º
expedição para ocupar a região. Em princípios de 1600 o governador geral
Martim Sá, organizou e comandou uma expedição de exploração ao interior da
Guanabara até o Rio Paraíba. Até meados do século XVII apenas as regiões
que possuíam grandes rios que adentravam no interior, facilitando assim
sua penetração. DAS ANDANÇAS DOS BANDEIRANTES Á PROCURA DE RIQUEZAS Alargando os limites do Brasil, devassando o mistério dos sertões, os bandeirantes abriram estradas, fixaram populações e descobriram jazidas preciosas, canalizaram para o interior um extraordinário surto de energias humanas em proveito de civilização no período de 1698 e 1722 foi aberto o caminho novo entre o Rio de Janeiro e as Minas Gerais (este trabalho foi iniciado pelo bandeirante Garcia Paes Leme e concluído por Bernardo Soares Proença) e que segundo historiadores, possuía várias variantes e uma delas passava por Macacos (Paracambi) O que possibilitou o início de uma nova era para a região com vários pequenos núcleos de povoamento criados para dar apoio ás necessidades das tropas tais como: locais de descanso, pequeno comércio etc...
Tudo leva a crer que a freguesia de São Pedro e São Paulo do Ribeirão das Lages foi o primeiro povoado da região, e está ligado historicamente á Fazenda Santa Cruz, colonizada por Jesuítas em fins do século XVIII. A Vila de São Pedro e São Paulo surgiu após a expulsão das Inacianas da região (Companhia do Padre Inácio de Loiola). Quando houve a recuperação econômica da Fazenda Santa Cruz. Ali, a agricultura e a pecuária tiveram grandes progressos, destacando nesses as Fazendas: Dos Bravos, Anta Soares, Viúva Jorge e Macacos. Nesta época a Santa Cruz era a maior fazenda e se estendia das planícies de Itaguaí e do Guandu até áreas serra acima. Os Jesuítas, antevendo o valor daquelas terras para a agricultura, haviam se apossado delas através de doações de sesmarias, doações particulares e heranças recebidas e fundando aldeias, colégios e povoamentos. Foram feitos grandes trabalhos de drenagem e saneamento das planícies até então inundáveis e que foram as primeiras ações continuas do homem sobre a natureza naquela área, tendo início então a atividade pecuária em larga escala e desenvolvida a cultura da cana de açúcar que se tornou então a atividade econômica da região, que também teve o seu ciclo do café, sendo que ainda no final do século XVIII já possuía mais de 2000 pés de café e dois engenhos de açúcar. Graças a leis emanadas da corte influenciadas pelo Marquês de Pombal, os Jesuítas perderam o controle das povoações. As dificuldades dos Jesuítas com a coroa dava-se entre outras coisas no fato de cada vez mais índio adiado serem requisitados para a execução de obras públicas, serviço militar etc..., Que deixavam em vários casos as aldeias praticamente desertas sem condições de manter a agricultura e a pecuária necessária à própria subsistência, além do interesse crescente e generalizado naquelas terras altamente produtivas. Entretanto o povoamento de Itaguaí sobreviveu e foi elevada em Vila em 1818, com a denominação de Vila São Francisco de Itaguaí, tendo inclusive, mais tarde hospedado o Imperador D.Pedro II, quando de sua viagem a São Paulo. A liberação das terras e da população do controle exercido pelos jesuítas e o novo caminho para as Minas Gerais levaram á expansão de muitos grupos de colonizadores que criaram várias pequenas povoações entre elas a Freguesia de São Pedro e São Paulo do Ribeirão das Lages criado por lei provincial em 1836, que ocupava parte da área onde hoje estão localizadas as instalações do exército e que foi provavelmente, o passado que efetivamente iniciou a ocupação sistemática e contínua de toda a região dos Macacos. O
Povoamento de São Pedro e São Paulo de Ribeirão das Lages iniciou seu
período de desenvolvimento a partir do início do século XIX com
progressivo desenvolvimento das atividades agrícolas e pecuárias nas
fazendas dos Macacos e Viúva Jorge, entre outras e o crescimento do
comércio a partir do grande movimento do trânsito das tropas de transporte
dos mais variados produtos entre Rio de Janeiro , as Minas Gerais e São
Paulo e em seguida a industrialização da Região. CICLO DO CAFÉ Nasce nos braços do negro escravo, e a ele deve sua prosperidade econômica, desde o período colonial do açúcar, do algodão, do ouro até a fase imperial do café. Passara a fase do açúcar, que abrira as portas da colônia para a riqueza agrícola, como passara a do ouro, ambos reduzidos, regulados e controlados, agora que se abrira para o país nova aura de riqueza do café, exigindo consideráveis energias, mas proporcionando largos lucros. Desapareciam os velhos bangüês, as almanjarras coloniais, os processos antigos para dar lugar ás máquinas tornado o lugar do homem. A propagação da cultura cafeeira chegaria a seu máximo esplendor a lavoura fluminense, toda ela assente no braço escravo, e já se valendo ela da facilidade dos transportes ferroviários ou rodagem da união e industria. Vendo a prosperidade entrando-lhe pela porta o lavrador fluminense tornou-se exigente. Quis luxo, melhor passadio, carruagens essa aristocracia rural em que numerosos títulos figuravam no novo império. Nos
braços escravos, eram conduzidos sacos de café, caixas de açúcar, barris
de aguardente ou de banha, todos os produtos, enfim, tirados de nossa
lavoura. Num vai e vem incessante pra lá, pra li, trazê-los e levá-los
acumulados sempre de mercadorias de tropas de burros, de carros de bois e
de viajantes, onde o vozeio do trabalhador escravo e os gritos dos
comerciantes enchiam os ares. PELA ESTRADA DE FERRO É CONSTRUÍDA A HISTÓRIA Trilhos, ligando D. Pedro II a Paracambi/ no vai e vem do trem dela pra cá/. Talvez nos dias atuais seja difícil avaliar a mudança rápida e profunda, verdadeiramente revolucionária em todas os aspectos (econômico, social e político) proporcionados pelo advento da estrada de ferro. Em 1861, com a inauguração da estrada de ferro Dom Pedro II, São Pedro e São Paulo, apresentaram um acentuado crescimento nos setores da agricultura e pecuária, graças à presença de escravos lá existente. A ferrovia funcionou como precursora de toda a revolução industrial que então começava, fazendo o transporte fácil e relativamente barato, não só dos enormes e pesados equipamentos para instalação de fábricas. Ainda em
1861, em junho, foi inauguradas a estação de Macacos com a presença do
Imperador acompanhado da imperatriz Tereza Cristina, toda a família e
comitiva. A chegada da estrada de ferro à localidade de Macacos, já nesta
época, contando com 22 locomotivas de fabricação inglesa, junto com o
início do serviço de telégrafo além da topografia favorável da região e da
qualidade e quantidade de mananciais de água, mudou completamente a vida
local, com a população estimulada pelo desenvolvimento do comércio local e
facilidade de comunicação com a capital. CIA TÊXTIL BRASIL INDUSTRIAL Com o colono português entram no Brasil o descaroçador, a roca e o tear manual, com os quais se fazia panos de algodão, para consumo esterno. O famoso alvará de 1785, que proibiu e existência de fábricas na colônia e mandando fechar as existentes, exceto as de panos grosseiros, para enfardamento e roupas para escravos e empacotamento, já existindo em Macacos, teve como efeito impedir a evolução da atividade e atrasou realmente a implantação no Brasil da industria têxtil. A revogação do alvará com D.João VI, e os estímulos criados com privilégios e subsídios as manufaturas que necessitassem de auxílio, criaram condições para a atividade de tecelagem. A ferrovia funcionou como a percussora de toda a Revolução Industrial. Em 1867, investidores ingleses em visita à região dos Macacos, ainda praticamente despovoada, decidiram pela criação de uma companhia destinada à instalação de uma fábrica de tecidos de algodão, a que foi aprovada pelo decreto 1867. O decreto 4552/1870 aprovou o estatuto da companhia a ser estabelecida na fazenda dos Macacos junto a estação do mesmo nome da estrada D.Pedro II. A quantidade de rios e ribeiros existentes na região foi um dos mais importantes motivos para a instalação da industria, já que a opção energética disponível na época seria apenas hidráulica, a partir da utilização da água sob pressão e a vapor, a partir de queima de carvão. O início da construção da fábrica trouxe grande crescimento da área urbana de Macacos devido ao grande número de operários e suas famílias que vieram de outras localidades para a execução da obra, também muitos operários residentes em São Pedro e São Paulo passaram a trabalhar no local. A fábrica foi inaugurada em setembro de 1871 e em 1875 mulheres adultas e crianças trabalhavam na fábrica como aprendizes. Não se sabe bem se em 1879 ou 1880 D.Pedro II com toda a família imperial visitaram a fábrica Brasil Industrial, percorrendo toda a linha de produção e todos os detalhes da manufatura. Em Dezembro de 1883 um raio causado por um forte temporal atingiu a fábrica. Felizmente a fábrica estava segurada e por isso foi possível reconstruir o prédio e instalar nova linha de produção. A festa de reinauguração da fábrica em novembro de 1885 contou novamente com a presença do imperador D.Pedro II que fez um pronunciamento de apoio e estímulo para o reinício dos trabalhos. Com a abolição da escravatura, veio imediato declínio econômico das regiões que dependiam da mão de obra escrava para suas atividades de cultura da cana de açúcar e do café, entre elas São Pedro e São Paulo e conseqüentemente migração acelerada pela localidade de Macacos devido a sua atividade industrial estar em pleno crescimento, fazendo com que a população aumentasse rapidamente. A abolição dos escravos (1888) e a Proclamação da República (1889) exerceram grande influência nos negócios do algodão e seus tecidos, desenvolveu-se a chita, tecidos estampados em cores. Na segunda década do século XX, a vila experimenta novo progresso, a fábrica de tecidos, que fora fundado pelos ingleses e mais tarde adquirido por um grupo francês. È Instalado na vila o serviço de abastecimento de água potável. O Rio dos Macacos e drenado, fundou-se uma banda musical, enfim transformou-se na renda social da vila. Nesta época a Cia têxtil Brasil Industrial criou vários loteamentos entre o terminal ferroviário e o bairro da fábrica, formando mais tarde as primeiras "vila operária" da região, que hoje se identificam com o centro de Paracambi. Para atender as necessidades religiosas desta crescente população foi inaugurada em 1880 a capela de nossa senhora da Conceição, provavelmente construída pelos operários nas horas vagas e pela população em geral. Junto com a Proclamação da República em 1889, o comércio começa a prosperar. Em 1901 foi criado o 13º distrito de Itaguaí com o nome de Paracambi e povoado de Macacos, ainda pertencentes à Vassouras, foi elevada a categoria de Vila Paracambi em 1915. Em Julho de 1919 chega à vila a luz elétrica através da "Rio de Janeiro light and power company limited". Em 1938 a Vila Paracambi tem seu nome modificado para Vila Tairetá ( Macaco Pequeno ) por determinação do então Departamento Nacional de Geografia estatística. Em agosto de 1960, o município Paracambi é criado a partir de unificação de Tairetá, então criado a partir da unificação de Tairetá, então Distrito de Vassouras, com Paracambi, então 3º distrito de Itaguaí, através de lei do então governador Roberto Silveira. Em agosto de 1913 foi sancionada a lei que autorizava a criação do município.
A Estação Paracambi não é o fim, mas uma estação para um mundo melhor. É comum encontrarmos em muitas cidades, por todo o mundo, belezas naturais, do passado histórico, o orgulho pelo já construído, pelo já conquistado. Paracambi resolveu optar por outro caminho o que hoje é conquistado, amanhã, é o conquistado no passado. Em vez de canto eufenista e romântico pela natureza , a preservação, a estruturação ecológica de uma cidade. Em vez da exposição passiva de uma paisagem, a construção das bases da atividade turística sustentável, ao invés de olhar saudosista e melancólico de um passado, a transformação deste passado em futuro. Em vez de concordância silenciosa com o destino, a estruturação de um caminho de crescimento, e a busca por uma melhor qualidade de vida. A Estação Paracambi faz parte do passado e presente de Paracambi. O turismo estruturado com a cultura ,um ponto de partida para infinitas estações de chegada , uma estação não mais de trem , com trilhos e caminhos definidos, mas uma estação de partida para infinitos e variados caminhos: turismo, cultura, história, ecologia, artesanato e gastronomia. Na antiga fábrica / fábrica de sonhos. Assim foi, assim será, a infância elemento permanente com o projeto Brinquedoteca, trabalho comunitário feito a base da reciclagem de diversos materiais, pois formar, transformar é transformação de liberdade. Fruto de uma intenção, de um pensamento, a criação de uma orquestra sinfônica (Villa Lobos). No Projeto horto Municipal (Chico Mendes) uma espécie de mata atlântica para o pronto atendimento aos projetos de reflorestamento. Reformar é dar outra forma a estação Paracambi não é uma reforma, mas reutilização. Lá tudo conspira a favor da idéia, no cotidiano a cidade constrói novas condições, descobre-se e guarda a memória que fizeram sua história.
1º Setor - A origem e a Fazenda Santa Cruz Não há registros de aldeamentos indígenas permanentes na região em torno do Rio dos Macacos. A região era usada como área de caça e pesca por índios Tamoios, Aimorés (também chamados de Botocudos) Puris e Goitacazes. Com a chegada dos jesuítas (missionários da companhia de Jesus) edificaram Igrejas, e passaram a morar, começando o trabalho de catequese e laçando as bases do futuro passado.
A liberação das terras e da população, do controle e da proteção exercidos pelos jesuítas e o progressivo desenvolvimento da fazenda Santa Cruz com a abertura do nosso caminho para as Minhas Gerais, levaram à expansão de desenvolvimento de muitos grupos colonizadores que criaram várias novas pequenas povoações, entre elas a Freguesia de São Pedro e São Paulo do Ribeirão das Lages.
A Chegada
da ferrovia à localidade funcionou como precursora da Revolução
Industrial.
Em 1867 a despovoada Fazenda dos Macacos, hospedou um grupo de ilustres ingleses que, admirados com a beleza da região iniciaram o trabalho de instalação de uma fabrica de tecidos de algodão de acordo com o decreto nº 3965 de 18 de setembro de 1871. O alvará foi assinado pela princesa Isabel em setembro de 1867 que recebeu o nome de Cia Têxtil Brasil Industrial a partir daí, a fazendo dos Macacos aumentou visivelmente a sua população.
Um novo padrão de vida, uma nova mentalidade, refúgio para quem quer ficar de bem com a vida. A Estação de Paracambi não é o fim, mas uma estação para um novo mundo melhor. A Estação de Paracambi faz parte do passado e presente de Paracambi.
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