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G.R.E.S. ACADÊMICOS DO GRANDE RIO

Sinopse 2006

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"AMAZONAS, O ELDORADO É AQUI"


 

Setores

Abertura - O caminho da ambição o sonho do Eldorado

Setor 1 - A floresta e o imaginário fantástico europeu

Setor 2 - No caminho, Índios e Amazonas

Setor 3 - Ingles, holandeses, franceses e as companhias de Londres e Flessinger

Setor 4 - Expulsão das missões Castellanas, catequistas e especiarias

Setor 5 - Da capitaniado Norte à Eldorado da "belle époque" tropical

Setor 6 - O progresso e as indústrias no coração da selva

Setor 7 - Amazonas - o Eldorado é aqui

 

O enredo:

Para corroborar a lenda do ELDORADO os conquistadores espanhóis acreditavam que um grande número de Incas tinha fugido para o interior quando da invasão do Peru, e que haviam carregado com eles muitos tesouros e fundado um novo grande império chamado de "PAITITI".

Mas com o passar do tempo e os resultados negativos das primeiras expedições, os espanhóis estenderam sua cobiça para além da Cordilheira dos Andes, em direção ao leste, para onde apontavam os novos relatos dos índios peruanos. A partir disso, inúmeros viajantes, descreveriam a Amazônia e seus habitantes ao londo de diversas expedições em busca do famoso ELDORADO.

Os irmãos Pizarro, após liderarem a destruição do império dos Aztecasno México e do império dos Incas no Peru, roubando todo o ouro e toda a prata e matando todos os seus líderes, ficaram impressionados com as lendas a respeito de um certo lugar que chamavam de ELDORADO, um lugar de fabulosas riquezas que ficava às margens de um imenso lago.


Setor 1

Em 1541, Gonzalo Pizarro, então governador de Quito, no Equador, associa-se ao capitão Francisco de Orellana para partindo da cordilheira, seguir a pé acompanhando o trajeto dos rios formadores do fictício lago gigante, em busca do tal lugar tão cobiçado, além de novas paragens para colonização e também da árvore da qual se produzia a canela. A expedição era composta de 300 soldados espanhóis e cerca de 4000 índios.

Após uma marcha infrutífera de 70 dias e diante da grande dificuldade em obter alimentos, Orellana e Pizarro decidiram separar-se. Pizarro retornou a Quito, enquanto Orellana resolveu prosseguir pelo grande rio de LOS OMÁGUAS, hoje rio Napo.

Orellana era acompanhado de 55 soldados e dois fraddes, um dos quais, Frei Gaspar de Carvajal, que mais tarde relatou a viagem em uma crônica que futuramente iria se tornar de grande importância histórica, embora entremeada de muitas alusões fantasiosas.

O frei relata que em ambas as margens do rio eram densamente povoadas e que os grupos indígenas não tinham dificuldade em abastece-los com comida, ainda que muitas vezes fosse preciso à força tomar, atacando aldeias e guerreando com os índios. Noutras vezes, apesar da boa acolhida que lhes proporcionaram os índios, oferecendo-lhes peixe e caças, conta a crônica que Orellana mandou incendiar muitas de suas cabanas, alvejando e enforcando aqueles que não fugiram.


Setor 2

Numa das aldeias onde pararam, Orellana foi informado por um indígena que tomasse cuidado com as CONIUPUIARAS, grandes senhoras, que os matariam se entrassem em suas terras. E quanto mais desciam o rio, mais fortes eram os indícios e as informações recebidas sobre essas mulheres temidas pelos indígenas.

Em outra aldeia encontram uma praça, com uma grande escultura em relevo, onde figurava, sob dois "leões", uma cidade com torres altíssimas e murada. Tendo Orellana perguntado sobre o significado dessa escultura, teria sido informado de que os habitantes desta aldeia eram "súditos e tributários das Mulheres Guerreiras", a quem forneciam penas de passáros. No centro da praça vêem um oratório que conservavam em homenagem a sua senhora, a governante das guerreiras. Mais adiante, penetram no território proibido onde já eram esperados.

Ainda segundo Carvajal, os soldados travaram uma intensa luta contra esses índios e também com algumas mulheres que teria avistado de longe.

Em seu relato, o frei narra que embora abatessem vários índios todos comandados pelas mulheres e mesmo algumas destas, os soldados se viram obrigados a fugir, tendo porém capturado um dos silvícolas. Este, mais tarde, ao ser interrogado, declarou pertencer a uma tribo cujo chefe, senhor de toda área, era súdito das mulheres que residiam no interior. Na qualidade de súditos das coniupuiaras, obedeciam e pagavam tributos, e que, como seu senhor COUYNCO estava a elas subordinado, vieram ajuda-lo na guerra contra os espanhóis. O indígena conhecia-lhes de perto o local de moradia, porque já havia ido várias vezes levar-lhes tributos em nome de seu senhor.

Segundo o índio capturado, as guerreiras não possuíam maridos e eram em grande número, ele conhecia cerca de 70 aldeias. Habitavam casas de pedras com portas, suas aldeias eram cercadas e ninguém passava sem pagar tributo. Copulavam com índios que capturavam em guerras que empreendiam com esse único propósito. Ao engravidar, descartavam-se desses homens sem fazer-lhes mal algum. Os filhos do sexo masculino, nascidos destas relações, eram sacrificados ou enviados aos pais, enquanto as meninas eram educadas para a guerra. Entre essas mulheres havia uma, que reinava soberana sobre as riquezas em demais, cujo nome era CONHORÍ. Em suas terras havia grandes riquezas em ouro e prata e cinco grandes templos dedicados ao sol, chamados CARANAÍ, equipados com assoalhos e tetos pintados, além de inúmeros ídolos de ouro e prata com figuras femininas. Andavam com roupas finíssimas, fabricadas com lã das "ovelhas peruanas".

O encontro e as escaramuças na foz do rio Nhamundá com as índias guerreiras e a descrição do índio prisioneiro, foi o bastante para que houvesse associação com as AMAZONAS da história que é conhecida da literatura greco-romana. E o rio, que o explorador Pinzón havia denominado de Santa Maria de La Mar Dulce no final do século XV, passa a ser chamado de Rio de Las Amazonas e finalmente rio Amazonas.


Setor 3

Depois de oito meses de viagem pelo grande rio, durante os quais ocorreriam incidentes de toda ordem, a expedição de Orellana chegou ao mar, completando assim, pela primeira vez, o trajeto integral entre os Andes até o oceano Atlântico e dando a conhecer ao mundo uma informação um tanto mítica e pouco detalhada sobre a natureza da região.

Apesar de Orellana não encontrar o ELDORADO e suas riquezas fabulosas, e ter de contentar-se com as árvores de canela que encontrara no começo da jornada, a narração feita pelo frei Gaspar de Carvajal, teve imensa repercussão na Europa e correu o mundo, alimentando ainda mais as lendas a respeito do ELDORADO.

Mais tarde, os espanhóis ainda fizeram outra incursão à Amazônia, mas devido às dificuldades de conquistar o território, resolveram adiar a tarefa de coloniza-lo.

Os ingleses e os holandeses sabendo das potencialidades do local resolveram então, fazer incursões no Amazonas com a finalidade de coloniza-lo e explora-lo. Em 1596 fundam feitorias e pequenos fortes, passam a fazer o comércio de madeiras e pescados, iniciam a plantação de cana, algodão e tabaco, através das companhias de Londres e Flessingem.

Os portugueses nesta época, estavam expulsando os franceses do Maranhão e resolvem estender a conquista até o Amazonas, já que há a união Ibérica desde 1580.

Em 1616 inicia-se um combate entre portugueses ingleses, e holandeses ali estabelecidos, com vitória portuguesa. No ano de 1640 com o fim da união Ibérica, o Pará encontra-se sob o domínio português, pois os espanhóis haviam delegado a eles a ocupação do território.

De 1648 a 1652, o bandeirante Raposo Tavares desce o Amazonas, os portugueses conquistam os rios Negros, Solimões e Branco e se apossam formalmente da região. Iniciam-se as missões franciscanas e a construção de um forte em Guaporé. Os portugueses encontram muita dificuldade para se estabelecerem na região. No rio Negro, os índios Manaos e na bacia do Madeira, os Torás, lutam contra os colonizadores e os franceses, instalados em Caiena, fazem incursões na região.


Setor 4

Na zona do Solimões, os portugueses encontram missões castellanas e expulsam os padres e os soldados que os amparam, tomando posse da região entre 1691 e 9697, enquanto garantiam também o domínio na região do Madeira e na bacia do Napo. Vários grupos religiosos iniciam a tarefa de sistemática colonização, espalhando as suas missões pelo vale amazônico e iniciando a exploração econômica. Começa a exploração do cravo, cacau, canela, resinas aromáticas e plantas medicinais, sob o controle dos missionários e com a mão de obra indígena.

Com o objetivo de espalhar a fé católica e de ampliar o comércio de especiarias, os religiosos se transformam em nômades, seguindo sempre as margens do rios, fundando aldeamentos que dão origem a dezenas de povoados, e se expandem cada vez mais pelo oeste. No rio Negro, porém, a oposição indígena é violenta.

Nos anos seguintes, intensificam-se as atividades espanholas e francesas na região. Para melhor defender a posse lusitana no Amazonas, funda-se, em 1669, o forte de São José do Rio Negro.

A partir de 1750 se iniciam as negociações com a Espanha sobre as terras invadidas e colonizadas já que os portugueses mantinham a fé, que, em algum lugar daquelas paragens existia sim um ELDORADO.

Em 1755, cria-se a capitania de São José do Rio Negro, separada do Pará, para consolidar o domínio luso do Amazonas. Funda-se em 1758, a VILA MARIÚRA, que passa a ser a capital. Estimula-se a ocupação do território oferecendo privilégios a quem lá fosse morar e instalam-se diversas fortalezas.

Em 1759, os jesuítas são expulsos da região. Em 1780, ocorre uma recuperação econômica que dura até 1820. Surge o povoado da BARRA, hoje Manaus, em 1786, e a capital é aí instalada. Criam-se pequenas indústrias de tecidos de algodão, manufaturas de cordoalhas, manteiga de tartaruga, cerâmicas e velas, além da agricultura de café, tabaco, algodão, arroz, milho, cacau, mandioca, cana de açúcar e da pecuária do Vale do Rio Branco. A capitania chega a ser responsável por 1/3 da exportação total da região amazônica.


Setor 5

Após a independência do país, a capitania não passa a província do império, ocorrendo conflitos políticos. Em 1832, inicia-se uma guerra armada que desliga o território da província do Pará e proclama o Amazonas, província imperial, sem reconhecimento por parte do governo. Em 1833, passa a denominar-se COMARCA DO ALTO AMAZONAS.

No ano de 1850, a comarca é promovida a província, inicia-se o surto da borracha e com ele chega a navegação a vapor, cria-se a primeira biblioteca e o primeiro jornal. Cientistas são incentivados a identificara flora, fauna, o solo, subsolo e os grupos indígenas. O museu Botânico em Manaus é fundado em 1883 e nordestinos ocupam o interior em busca da borracha.

Com a proclamação da república, a província passa a estado e Manaus é urbanizada. Aterram-se igarapés, abrem-se ruas e avenidas, praças e prédios públicos. Enquanto isso, a borracha dos seringais do Purus-Acre, do Juruá e do Madeira enriquecia o Amazonas.

Surgem o TEATRO AMAZONAS, o MERCADO MUNICIPAL, um complexo flutuante, galerias de esgoto, linhas de bonde e iluminação elétrica são instaladas, segunda cidade do país a ter este benefício. Tudo isto construído pelos ingleses e com suas matérias primas. Manaus adquire fama mundial. Em seu teatro, apresentam-se as melhores companhias européias, a população aumenta. Chegam médicos, bacharéis, jornalistas, engenheiros, agrônomos, comerciantes e operários. Navios de vários países atracam em seu porto. O amazonense torna-se o maior contribuinte, per capta, do erário federal. É o eldorado tropical desenterrado das matas do norte brasileiro.


Setor 6

Em 1953, o governo federal cria a Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia e oferece incentivos fiscais para a instauração de empreendimento no setor da agroindústria. Instalam-se fábricas, moinhos de trigo, refinarias e usinas.

No final dos anos 50, construiu-se a rodovia Belém-Brasília, rompendo o isolamento da região. Em 1967, é criada a superintendência da zona franca de Manaus, depois viraria zona franca industrial, que permite um aumento do fluxo turístico na cidade, consequentemente, construíram-se redes hoteleiras convencionais e de selva um aeroporto internacional. No início dos anos 70 é feita a transamazônica, que corta o Amazonas deste Jacareacanga, no Pará, até Humaitá, no rio Madeira, além das descobertas de metais preciosos, como o ouro. Em 1987, o governo federal anuncia a descoberta de reservas de petróleo e de gás natural de qualidade muito superior ao da bacia de Campos, no estado do Rio de Janeiro.


Setor 7

Já em 1989, inicia-se o movimento internacional pela preservação da Amazônia, o mundo vira seus olhos em direção à região. Enquanto os outros estados e países que fazem o eixo amazônico não atentam para a devastação que se instala, o estado do Amazonas apontaria para outra direção.

Sendo o maior detentor de território do bloco, seus governantes, conscientes de sua responsabilidade, direcionam seus esforços visando o proservacionismo e cria mecanismos para o incremento e desenvolvimento sustentável.

O amazonense pensa e age com uma clareza, que, só as pessoas com uma grande visão sobre o seu papel no contexto mundial fariam. Para começar, a noção de patriotismo aliada a uma forte raiz cultural e social, impelem estes verdadeiros guardiões da vida a seguir empunhando as mais variadas bandeiras em prol de sua terra e seu país.

Cabe a nós que estamos geograficamente afastados porém, unidos pelo mesmo coração patriota, ajudarmos a carregar estas mesmas bandeiras contra a internacionalização do nosso território.

Fatos e atitudes são relatados constantemente mostrando o abuso internacional e a falta de respeito e ética em relação as nossas fronteiras e a nossa riqueza. Os descalabros são tantos que, em alguns países o nosso mapa já não constam as fronteiras da região norte, que, seria agora, uma região administrada por uma junta internacional, e este material está sendo utilizado para crianças do ensino médio, e em pouco tempo tomarão como verdade absolta esta informação e como futuras formadoras de opinião, facilmente poderão usa-las contra nós que somos soberanos de nossa terra. Quanta irresponsabilidade!

O furto e a pirataria não estão mais restritos aos livros e filmes ou a produtos falsificados, mundo afora. Dentro do estado, madeireiras pilham nossas árvores nobres e, pasmem, para mercados internacionais. A extração ilegal de outro e principalmente de diamantes, feito por estrangeiros que, na maioria das vezes ainda coagem os nativos da própria região, e não falamos só dos índios, mas de todos que por lá habitam, para sim cometes tal vandalismo. São as nossas riquezas pilhadas e o nosso empobrecimento, justo o nosso que tanto carece de recursos.

Falsos missionários e expedições chegam aos montes na região, não com o intuito de conhecer e estudar, e sim de forma vil e na maioria das vezes cruel, roubam nossas plantas e animais levando-os para fora de nossas fronteiras, sempre se dizendo detentores destes conhecimentos e se apossando, incluindo com elementos legais, como patentes internacionantes, até dos nomes indígenas de plantas, frutas e animais.

Hoje podemos afirmar que determinados produtos nativos já não nos pertence, mesmo que só existam aqui, pois de forma maldosa e insana registraram como legítimos donos do nome e do item. Levantemos mais esta bandeira, é a nossa terra, é o nosso Brasil.

Com o avanço da tecnologia de informação de pesquisas, sabemos hoje que, no coração das florestas do Amazonas temos alguns dos maiores veios de ouros do planeta, assim como o urânio, diamantes, metais de toda ordem e reservas de elementos ou componentes químicos tão raros quanto preciosos.

Em se falando de riquezas, no nosso "ELDORADO", temos ainda preservada uma grande parte da nossa floresta, isso no estado do Amazonas, que por sua vez todos os dias nos presenteia com sua biodiversidade, nos enchendo de esperança que, nela, encontraremos a cura e a saúde, o ar e a água e por fim, a vida e a harmonia que todos os seres necessitam para coexistir respeitando as leis da natureza, por hoje e para os tempos vindouros.

O desenvolvimento das indústrias de bens de consumo e do campo, auto-sustentados, além do extrativismo controlado, o engrandecimento cultural e artístico, contando também como o conhecimento acadêmico, o estímulo do turismo ecológico, pela importância da biodiversidade e as pesquisas a procura de benefícios futuros na área de medicamentos, e tudo isso realizado, podemos dizer que descobrimos o grande eldorado, e este, é aqui no estado do AMAZONAS.

Carnavalesco - Roberto Szaniecki
 

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