G.R.E.S. IMPÉRIO SERRANO |
Sinopse 2006 |
Lá vem meu Império! Celebrando a religiosidade brasileira. Exaltando das páginas da história, viva na memória, no tempo que não se alcança, a fé e a esperança. A saga de um povo fiel e devoto, que crê num ‘Deus’ infinito e santo, que lava as dores e enxuga o pranto. Império Divino, baluartes, um destino... foliões, beatos, romeiros, povo brasileiro. Em nome de Deus, anda pelos caminhos da fé. Fé que explica o sentido da vida e faz aceitar a morte. Sem perder o norte, apresenta uma história fervorosa: a das tradições das festas religiosas. Pomba branca, asceta e mística. Santidade que o povo purifica... Rogai por nós... Põe-te a voar, mostra a glória desse povo que vive a rezar. Redenção! Goza o povo, de um amor à divina celebração. Para tudo aquilo que Deus criou, um louvor ao teu encanto, de joelhos ou de pé o povo se realiza nos autos da fé. Faz da crença uma confiança obstinada, ruas e casas são enfeitadas... Olhai por nós... e faz dessa reza um canto, pra celebrar o Divino Espírito Santo.
“O
Divino Espírito Santo
Fé e pecado, tudo entoado num ritmo sagrado. É o cortejo real dos filhos do congado. É maracatu que chega pra dar o seu recado, batendo tambor sob o luxo de seus bordados, sem choro e sem dor, com adereços e muita cor. Brilha no céu a estrela-guia. Feito magia, nas cores da folia, uma nobre gente. Três Reis Magos peregrinaram lá das bandas do Oriente, sob a régia um destino: anunciar o nascimento do Deus menino. Vem a Quaresma, depois do carnaval, o silêncio e a penitência lembram a saga pentecostal. Quem vê não se espanta, iluminado fica, acende e se encanta com o fogaréu da Semana Santa; a adoração à cruz, da missionária tradição do corpo de Jesus. A fé é estendida. Tapetes ressaltam as cores da vida. Em oração saio em procissão, Corpus Christi, minha crença, minha devoção... Gente sofrida, que tudo que tem na vida é o sacrifício da promessa cumprida. Beatos que seguem em romaria, seja noite, seja dia, fazendo das palavras sua guia... numa terra abençoada de um misticismo religioso, de um ‘deus’ de carne e osso: Padim Padre Ciço. Vem gente de tudo que é canto, devoto, promesseiro, romeiro, pedir a bênção do tal pastor de Juazeiro. De um jeito ou de outro a fé acompanha este povo. Vende de tudo um bocado: santinhos, amuletos, oração. Isso tudo pra ganhar um trocado e viver em comunhão. Gente pro que der e vier, gente abençoada por uma manifestação de fé, sagrada e profana, é o Círio de Nazaré. Uma procissão de forte simbologia, representada pela corda, a ligação entre a Santa e seu povo em romaria. Quem já viu sabe o que é. São os folguedos populares no auto da fé. É a alma engalanada de um país inteiro, celeiro cultural do folclore brasileiro. Cavalhada, moçambique, festas dedicadas a São Benedito e ao reino lendário de Nossa Senhora do Rosário. É folguedo pra cá, é folguedo pra lá, salve os festejos do boi-bumbá. Caboclinhos, guerreiros, ‘santo pecado’ na festa do bumba-meu-boi e na cantoria do reisado.
“Meu
São Benedito
De passo marcado, cantando em louvação é brincadeira de quadrilha de São João. Da festa indígena, trago na força da lança a esperança de que existe um Deus entre nós. É o mito e a dança dos índios Caiapós. A chegança, dos marujos do fandango vai completando a festança... Trovadores, repentistas, violeiros tocam animando os terreiros, tudo sem distinção, mas só tem uma questão: que todos tenham fé no coração. A festa do negro se faz no congado onde o rei e a rainha do Congo são coroados. É canto e dança pra todo lado, olubajé é o seu legado. Ensina desde criança o axé, a força da gira do candomblé. Salve a rainha do mar, Iemanjá, e o encanto das Águas de Oxalá! É água-de-cheiro, é batuque que não tem fim, salve Nosso Senhor do Bonfim!
“São
Jorge, filho amado de Deus Pai, socorrei-me...
Império, tu és minha raiz, o meu cantar, a minha diretriz. Império de um santo guerreiro, de imperadores divinos, homens que nasceram sublimes e crentes, devotos a um manto de amor doce e clemente. É verde e branco a cor do teu canto... Aqui estendemos nossos olhares à sua infinita grandeza, fonte de tanta beleza; fazemos desses divinos imperadores um samba, uma oração! Vem, meu Império, do batuque negro a cada coração, com seu estandarte exaltar a arte... acender as luzes da imaginação, desse encontro mágico e universal, chamado carnaval. Traz a alegria do samba no pé, aqui tu és o Divino, aqui tu és um auto da fé.
Império Divino, olhai por nós...
Carnavalesco: Paulo Menezes |