"CORUMBÁ - ÓPERA TUPI GUAIKURU"
Este
enredo é a junção de vozes que ao longo do tempo ecoaram dispersas. Ao
ouvir um sussurrar suave percebe-se a voz da história como um canto que
projeta o um País, rico e exuberante envolvido em sua pluralidade. Algumas
visões culturais especificas sobre a formação do Brasil e seus Brasis.
Ergue-se então um contracanto que é a polifonia da história com as vozes
do povo, os descendentes dos índios Jacutingas enraizados a margem do Rio
Sarapuí.
E assim as vozes destes
homens simples se juntam com as, dos Guaikurus dos Guatós e todos iram
defender e fazer tremular um pavilhão de cores; vermelho, branco e azul,
inspirados no urucum jenipapo e calcário. E o canto que regi é o gritar do
Jaburu - que resume arremata e faz culminar um estandarte natural de
ironia alegria e festa, compondo assim a "sinfonia da natureza".
Cada voz é uma importante
contribuição para esta grande orquestração. Iremos compor um mosaico e
gerar mais uma releitura desta aldeia chamada Brasil.
Apresentaremos no libreto
uma narrativa "maravilhosa" que vai navegando entre o lírico e o rasteiro.
Inserindo assim uma cor especifica a este "livro de figuras".
Esta opera é uma espécie
caleidoscópica da vigorosa tradição musical e folclórica brasileira,
tornando-se um contundente retrato da "Alma Nacional". "A partitura será
apresentada feito uma singela pintura de um ‘rio de fantasia" no qual
deságuam: paisagens, sonhos, lendas, folclores e tradições...
A rapsódia verde amarela de
lugar distante
Sou o sagrado coração da terra
A fauna, flora, e lendas. E também cacique dos índios cavaleiros
Trago as cores e a exuberância das riquezas naturais
Sendo Lagoa e mar de Xarayes
Tenho a Fonte nascente... Vida e rio afluente, raízes e frutos da ambição.
Sinto um leve sabor de fruta retirado das mangabeiras, e o perfume das
flores abertas.
Passados de lembranças e sonhos de futuros
O emergir e o desaparecer
A transformação à margem do Rio Paraguai
E o Forte de Nossa senhora da Conceição
O fogo- e as cinzas da historia.
O Porto e o progresso de um povoado coberto de musgo. E das Ruínas que dão
arvores; vejo a vila, a beleza e a epidemia.
Defendo as cores pátria na Figura de Tamanduá bandeira,... Comendo
formigas e cupins
Tal qual Homem da guerra; sou tenente, raposa, coronel, coiote e
Tamandaré.
Sou gavião caramujeiro devorando aruás. Sangue mais denso que água
A arte plumária me faz
Um Senhor da liberdade
Que deita com a lua
Diante do passar dos séculos.
Agora me sinto estrela e um sonho indecente, Deixando apenas os grafismos
para inspiração.
E Na lavagem do São João, misturo o sagrado e o profano.
Sendo Marinheiro, mestiço, pantaneiro. ...Toco "Índia" da Guarânia, e
danço polca.
Sou "prenda". Sou "prata".
Idealizado de brasileiro da fronteira.
Na Minha "estrada de ferro" danço com a morte e a jazida e frágil e forte.
Vejo a Chalana... E sinto a brisa
E tal qual homem do verso de Manoel de Barros sou a continuação das águas
reviradas pelo minhocuçu.
E Ao silencio do por do sol
Sinto o vento embaixo das saias ao som do rasqueado
Será que sou o que seria?
... Sim! Um ser inocente, porém valente, inzoneiro que revela o carnaval.
E também símbolo de paz sobre dois corações.
Represento harmonia e conexão confluente entre a cidade branca e a cidade
do amor.
Danço no Chão da morena trigueira ao som do cavaco e da viola de cocho. E
a minha poesia me faz irmão do povo melodia e mensageiro de écos que
retumbam no ar;
"Vale a pena preservar"
Meu nome é Tupi - Guaikuru, amigo de Peri, neto de Caramuru, sou Juruna,
Galdino, Maria, Iracema, Jorge, João, Paulo, sou Cererê e Raoni.
A fantasia é um velho mistério e tesouro guardados dentro cada um de nós
Sou Belford Roxo, Corumbá - sou Macunaíma - sou brasileiro.
"Mim" só quer brincar
Abram - alas que eu vou chacoalhar...
Carnavalesco: Wagner Gonçalves
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