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G.R.E.S. MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL

Sinopse 2007

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"O FUTURO NO PRETÉRITO - UMA HISTÓRIA FEITA À MÃO"

 

"Formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida." (Gênesis 2:7)


Divina criação, o corpo é uma máquina, onde Deus pôs todas as peças necessárias a seu funcionamento, um conversor de energia, uma máquina animada, "Ânima", que em latim quer dizer ALMA.

Deus foi o primeiro e o mais perfeito ARTESÃO do universo. O barro, nas mãos do oleiro divino, passou a ter vida e essa inspiração criativa foi transmitida ao homem, que com suas mãos começou a transformar o barro e tantas matérias-primas em arte, em objetos utilitários, lúdicos, decorativos e religiosos.

Expulso do paraíso, o homem foi condenado a vagar pela terra e a trabalhar sem descanso, para obter o pão de cada dia. Produzia, manualmente, utensílios para armazenar e cozer alimentos, tecer fibras animais e vegetais. O ARTESANATO ficou concentrado então em espaços conhecidos como oficinas. Criaram-se as Corporações de Ofício. Do aparecimento das primeiras atividades urbanas à formação dos burgos incentivara a criação da indústria manufatureira.

A ENERGIA HUMANA foi aos poucos sendo SUBSTITUÍDA pela motriz, uma evolução tecnológica, social e econômica era anunciada. Seguem-se "Industriais Revoluções". Mecanizaram a produção, surgiram fábricas e a chamada classe operária. Um simples toque de botão dá conta do trabalho de muitos. Se paga o preço do progresso. Globalização, competição, mercado recessivo, desemprego, exclusão.


1ª Parte - NÃO HÁ VAGAS?

O homem sonhou em criar algo ou alguém que fosse sua imagem e semelhança para auxiliar nas tarefas.

MOCIDADE volta a um FUTURO imaginado por teóricos de outrora. E nada é mais antigo que vislumbrar o futuro.

Reprisa da grande tela, o velho PESADELO TECNOLÓGICO. Eis que surge "METRÓPOLIS", a expressionista, futurista e aterradora cidade. FRIA, MECÂNICA e INDUSTRIAL. Cenário de beleza caótica e perversa, decadente e melancólica. Primeiro grande filme de ficção científica, onde poderosos residem na superfície, num lugar chamado Jardim dos Prazeres, enquanto a grande massa operária, escravizada pelas máquinas, é condenada a viver e trabalhar em galerias no subsolo, a Cidade dos Operários.

Em tcheco, "robota" significa trabalho obrigatório ou trabalho forçado, um robotnik é um servo. Nasce assim a figura do "ROBOT", aquele que nunca se cansa ou comete erro, não precisa se alimentar, não faz exigências, não tem sonhos, nem aspirações, não recebe salário, não se rebela... Tudo o que lhe falta é uma alma...

Até que hordas de autômatos insurgem e assumem o comando; "TEMPOS MODERNOS", onde trabalhadores formam rebanhos literalmente engolidos pela monstruosa máquina em que trabalham.

Por fim, aqueles que ousaram "brincar de Deus", ao criar um substituto com inteligência artificial, são condenados à destruição.
 

2ª Parte - MÃOS À OBRA

Sem trabalho o homem não avança sequer um palmo em seu progresso pessoal.
Enfrentando o império da MÁQUINA, a TRADIÇAO dá às mãos às novas oportunidades. Se na máquina há frieza, retornaremos ao calor das mãos. Retornar à SIMPLICIDADE da vida, da NATUREZA que se faz ARTE, o ingênuo, o singelo.

O trabalho ARTESANAL ressurge como uma alternativa, revitalizando áreas carentes, possibilitando a inserção social e o desenvolvimento sustentável, visando a um futuro promissor. O amanhã, somos nós quem construímos.

De todas as REGIÕES DO PAÍS fomentam pequenas comunidades organizadas em associações, capacitando e transformando a atividade ancestral em fonte geradora de renda. RESGATE CULTURAL E SOCIAL, patrimônio do nosso povo.

Atividade das mais antigas, o artesanato brasileiro, já encantava os europeus, quando aqui aportaram.

UM BRASIL FEITO À MÃO. Como que comparado a uma grande colcha construída com retalhinhos de várias procedências étnicas, raciais e culturais, costuradas pelas linhas do tempo.

Mãos anônimas que transmitem seus sentimentos a cada peça. São mãos que transformam a matéria bruta e a converte, com imaginação, em coisa útil e bela. As novas gerações recebem, das mais velhas, suas técnicas, identidade e expressão. Recicla o que a natureza dá e produz sem poluir.

É idéia que se faz forma; e as cores, tantas como as da gente brasileira. Mãos que se confundem com o tom do barro forte na cerâmica, da palha de carnaúba, sisal e capim dourado que se entrelaça; do couro que curte; da tecelagem manual; dos preciosos bordados; tapeçaria; bijuteria; tricô; renda de bilro e de labirinto; brinquedos; trabalhos em madeira, metal, pedra sabão; perfumaria; moda e culinária. Herança que não sucumbiu à modernidade.

Como diria Guimarães Rosa, nas palavras do personagem Riobaldo: "Vida é mutirão de todos, por todos, remexida e temperada."
 

3ª Parte - FUTURISMO FOLIÃO

Na nossa "Metrópolis do Samba", as máquinas ainda não dominaram o ofício carnavalesco e nem substituíram o talento. Há FÁBRICAS DE SONHOS que produzem o grande show, o maior da Terra. Também realizado por mãos anônimas que trabalham um ano inteiro, dignos de nosso mais sonoros APLAUSOS. São ferreiros, carpinteiros, escultores, pintores de arte, decoradores, carnavalescos, figurinistas, costureiras, laminadores, iluminadores, técnicos em efeitos especiais. Operários a serviço da ALEGRIA. Artífices do Carnaval. Artesãos da maior festa carioca e brasileira, eles são as estrelas do espetáculo. O reconhecimento é a verdadeira apoteose. Arte do efêmero, que como disse o poeta: "Pra tudo se acabar na Quarta-Feira"

E na fantasia carnavalesca de um futuro imaginado no pretérito, nossos robôs, inspirados em ficção científica, são alegorizados por uma cabeça delirante e criativa, surgindo na PASSARELA, inofensivos e foliões, em um enredo campeão. Queremos ver nossa estrela brilhar. É samba no pé, é no teleco-teco, é no catiripapo do balaco-baco, no meu ziriguidum.

E só para encerrar vai aí o nosso recado: "O maior profeta do FUTURO é o PASSADO"

Alex de Souza
 

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