G.R.E.S. PORTELA |
Sinopse 2006 |
Uma identidade genuinamente brasileira. Como um povo que se construiu através da miscigenação, da mistura, conseguiu se firmar no cenário mundial e ser respeitado por sua diversidade cultural, étnica, intelectual e produtiva? Demorou, mas aconteceu. O brasileiro hoje, tem uma marca. Criada a partir de uma aquarela de Burle Marx, a Marca Brasil carrega em si, os traços que traduzem o Brasil e brasileiro para o mundo. A leveza, o calor, a alegria, a hospitalidade, as cores, a descontração e a espiritualidade traduzem esse povo charmoso que vem encantando todo o mundo. O Brasil e o brasileiro viraram moda no exterior – da tradicional caipirinha às teses científícas -, o país vai se firmando no cenário internacional como um grande celeiro produtivo e criativo, vencendo velhos preconceitos e partindo para novas experiências.
Essa é a
proposta do enredo da Portela para o carnaval de 2006. O samba da Azul e
Branco vai mostrar na Avenida o melhor que aqui se fez – o povo
brasileiro. Um homem de gestos simples, que carrega em seu DNA a influência dos nativos que aqui viviam em harmonia com a natureza exuberante, com fauna e flora invejáveis. O paraíso encantou os portugueses, que alardearam para todos os cantos, as maravilhas que aqui encontraram, despertando a cobiça de outros povos, que foram adicionando outros ingredientes na formação do povo brasileiro. Através da história da formação desse povo, composto por tantas etnias apresentaremos um show de irreverência, autenticidade, alegria espontaneidade e criatividade. Contam as lendas que antes de Cabral desembarcar em Porto Seguro, outros povos já haviam chegado fascinados pelas riquezas dessas terras e dos índios que a habitavam, a respeitavam , cantavam e dançavam para o Deus Sol e a Deusa Lua. Os exploradores bem que tentaram, mas não conseguiram escravizar os nativos e trouxeram da Mãe África a mão de obra escrava, que a ferro, fogo e chibata explorou a mata, cultivou a terra e influenciou com sua fé, ritmo e dor na formação do povo brasileiro.
Com o grito
da liberdade dos negros, o país começou a receber trabalhadores vindos
de todos os continentes. ITALIANOS, ALEMÃES, ESPANHÓIS, ÁRABES, JUDEUS,
JAPONESES E TANTOS OUTROS, que contribuíram para a economia do Brasil e
trouxeram novos temperos para a mistura dessa gente bronzeada. Essa convivência permitiu que as heranças de muitos povos, evidenciadas nas diversas manifestações culturais, artísticas, folclóricas fossem sendo absorvidas, criando uma cultura própria e rica. O brasileiro aprendeu junto a fazer musica, a dançar e o semba virou samba e foi criado o carnaval. O povo multicor se assanhou e com pinceis e idéias criou o modernismo. Nossa cultura se fez madura e original. O poder dos trópicos ganhou mais visibilidade com o fortalecimento das manifestações regionais – o tropicalismo incluiu o Nordeste ao Brasil e abriu os caminhos para que todos se manifestassem. O povo festeiro, que dança na rua também tem fé e esperança. Os fiéis saem da capela em procissão, bailam nos terreiros e sincretizam a religiosidade de uma nação. Todas as influências criaram um estilo próprio para esse povo – singular e ao mesmo tempo plural. Simpático individualmente e pacífico de convivência, e que mesmo diante das adversidades é capaz de sorrir e festejar.
A
característica festeira, no entanto, não impede que esse povo seja
respeitado por suas outras qualidades. Ao longo da história recente, o
povo brasileiro marcou sua capacidade e competência intelectual,
artística, produtiva. Um povo que chora de alegria diante da vitória e
revela ao mundo toda a sua emoção. O brasileiro construiu a sua Marca. E agora, essa Marca Mostra ao Mundo a sua Cara. Amarildo de Mello e Ilvamar
Magalhães |