G.R.E.S. PORTELA |
Sinopse 2012 |
Pequena Prece ao Senhor do Bonfim.
Salve, meu Pai Oxalá, Meu Senhor do Bonfim! Meu pai, "... sou filha de Angola, de Ketu e
Nagô E venho a ti pedir sua benção e proteção, e pedir, também, licença aos meus padroeiros, para conduzir a minha águia altaneira, o meu altar do samba, até a sua presença. Sabe, meu senhor, sempre fomos muito festeiros, muito devotos, e gostaria muito que o meu povo conhecesse o seu povo e a sua maneira de festejar, de reverenciar a sua crença, a sua fé. Por muitas vezes cantei a Bahia, agora chegou a hora de mostrá-la. "... essa Bahia gostosa Bahia que tem o dom de encantar. Terra em que o branco e o negro, o sagrado e o profano, o afro e o barroco se misturam e se tornam uma coisa só. No mar da Bahia, tudo e todos se misturam. Bahia de vários corações... sagrados corações. Terra de cores, cheiros e temperos. Terra de festas e de fé, de santos e orixás. Terra de samba. Terra de amor e devoção. A Bahia é festa o ano todo e o povo vai pra rua manifestar a sua fé. "... E esse canto bonito que vem da alvorada." Alvoradas, missas, procissões, afinal "quem tem fé vai a pé". Novenas, flores, fitas, águas e perfumes. Cortejos, fiéis e cânticos. Velas, orações e adoração. Gente que dança! Tambores e atabaques, samba de roda, batucadas. Comidas, pois festa sem comida não é na Bahia. Gente que canta! Canta pro santo, canta pro orixá. Canta para os dois ao mesmo tempo. É o sincretismo se fazendo presente. Louva a alegria, a liberdade, a esperança. Gente que pula! Pula como pipoca, como cordeiro, em blocos e trios. Transforma as ruas em um mar branco, de paz. Mar branco, mar vermelho, mar azul. Bahia é feita de mar, é feita de água. Gente que louva! Beatos, filhos-de-santo, padres, mães-de-santo, fiéis e iaôs, todos juntos num mesmo ideal. Deuses e mortais, passado e presente. Altares e terreiros, tudo é mistério. As divindades tão próximas e tão íntimas. O milagre da cumplicidade com o sagrado. A luz dos orixás refletida nos olhares. "... Tem um mistério que bate no coração É dia de festa na Bahia. Não importa como começou. Não importa se um dia tudo vai terminar, pois o riso e o gesto já estão gravados na eternidade, no céu e no mar. Bem aventurados todos aqueles que puderem ver a Bahia em festa. E neste momento, meu Senhor, vejo que tudo aquilo que move o baiano: a fé, a alegria, a esperança, a crença e a devoção, move também o meu povo, o portelense. Um povo que nunca desiste, vive a sorrir e a festejar. E que essa Bahia que é de Todos os Santos, seja a partir de então dos santos da Portela também, que eles passem a fazer parte do seu panteão, estendendo sobre eles o seu divino manto e nos conduza a um desfile triunfal sobre o altar do carnaval. Bem aventurados aqueles que puderem ver a Portela em festa. Afinal, Salve o manto azul e branco.
Paulo Menezes Enredo: Paulo Menezes e
Marquinhos de Oswaldo Cruz |