G.R.E.S. INDEPENDENTE DA PRAÇA DA BANDEIRA |
Sinopse 2007 |
1º Setor Quando os europeus chegaram no Continente Africano, grandes reinos com poderosos exércitos, usando armas de ferro, seguindo sua tradição belicosa lutavam entre si, o que facilitou a penetração dos colonizadores, a decadência tem início com a derrocada do Império Kanem Bornu e se completa com a chegada dos civilizados europeus e sua missão cristianizadora. Foram as notícias das descobertas das minas africanas chegadas a Europa, que levaram Paulo Dias Novais a procurar as minas de pratas, em 1571 lhe é concedida a terra conquistada em forma de capitania hereditária. Em 1576 fundou a cidade de Luanda, no território de Ndongo cujo governante aceitava o título de Angola., abandonado pela metrópole concede aos aventureiros e aos jesuítas as "encomiendas" espanholas, o "amos" que lhe dava direito ao uso da terra, incluindo os nativos. Em 1581 o Acordo de Tomar, no qual as cortes portuguesas e reconheciam Felipe II de Espanha como rei de Portugal o que assegurava autonomia administrativa Lusitana no reino e em suas colônias em seguida empreenderam a conquista e dominação dos "sobas".
2° Setor A região que se conhece por Baixada Fluminense pode ser representada por "mosaicos da escravidão", haja vista os diferentes grupos de procedência africana que são identificados na documentação de época. É possível afirmar que a maioria esmagadora dos escravos que foram trazidos para a região durante o período colonial foi de origem bantu, principalmente de Angola, entretanto, também se pode identificar várias outras nações africanas como Congo, Benguela, Cabinda, etc. Os escravos quando chegaram ao Brasil eram empregados em diversos ofícios, entre eles destacavam-se a lavoura, o comércio e o transporte. Além de escravos lavradores, também havia os barqueiros, os carpinteiros, os barbeiros, pedreiros, mestre de açúcar, etc.
3º setor Com as Freguesias, montou-se a base de ocupação inicial da região no período colonial. Seus núcleos, invariavelmente às margens de um rio, eram formados por uma Igreja Matriz, por pequeno comércio e oficinas e por um porto responsável pelo transbordo da via terrestre para a via fluvial e vice-versa, das mercadorias que circulavam entre o litoral e o planalto. A religião estabelecia justificativa universal que ia desde o nome da Freguesia até as relações escravistas. Assim, Nossa Senhora do Pilar de Iguaçu, São João de Meriti, São Nicolau de Suruí, Santo Antônio de Jacutinga, Nossa Senhora da Piedade de Iguaçu e Nossa Senhora de Marapicú, mais do que a mistura de nomes se santos católicos com nome de lugares indígenas constituíram a sede administrativa, social e ideológica demandada pela produção escravista. Nas construções das Igrejas Matrizes e das capelas já se entreviam as imbricações dos interesses que movimentavam o poder local. De um lado, a Coroa Portuguesa liberando recursos da Fazenda Real, entenda-se tributos, para as obras de construção, do outro as doações de terrenos por proprietários em busca de prestígio social e de proximidade com os que tinham monopólios dos bens de salvação, isso quando não visavam à elevação religiosa dos seus próprios nomes, como no caso da capela de São Nicolau de Suruím, nas terras doadas por Nicolau Baldim, ou na de São Francisco, nas terras doadas por Francisco Dias Machado, ambas pro volta de 1647. A estratégia dos caminhos na articulação dos interesses em jogo nas vilas-entrepostos conhecerá lances de verdadeira disputa, sobretudo a partir do crescimento da circulação do ouro de Minas, no final do século XVII. O "Caminho Novo" ou "Caminho do Pilar" aberto por Garcia Rodrigues Paes, em 1704, reduzirá de 90 para 15 dias o tempo gasto no percurso do porto do Rio de Janeiro até o interior mineiro. No encontro dos rios Iguaçu, Meriti e Sarapuí por onde escoavam a produção das Minas Gerais montou-se as bases da ocupação inicial da região no período colonial que eram formados por uma igreja matriz, sendo Nossa Senhora do Pilar de Iguaçu, São João de Meriti, Nossa Senhora de Marapicú, algumas das Freguesias mais antigas da baixada /Quilombos: os labirintos da dominação (na relação conflituosa entre senhores de engenho e escravos surgem os primeiros quilombos (o mais famoso o Quilombo do Gabriel) que se mantinham com o tráfico de lenha e o pedágio cobrado aos viajantes e dos barqueiros. Preconizando a figura do Barão-fazendeiro, retratada por Maurício Lamberg, o senhor de engenho era uma espécie de rei-sol em seu território. Longe dos piratas, corsários e invasores estrangeiros que afligiam a cidade do Rio de Janeiro, passaram a estabelecer seus engenhos e plantações nos vales do Meriti, Sarapuí, Saracuruna, Jaguaré, Pilar e nas zonas de Marapicu, Jacutinga, e do rio Ramos, a partir de 1566. Tinham seus portos particulares de onde embarcavam sua produção para abastecer o Rio de Janeiro e, além disso, tinham terras suficientes para serem retalhadas e vendidas para retardários. A topografia plana de várzeas e vales era ideal para a lavoura de cana. A mata fornecia madeira das construções e o combustível, mas sua devastação favorecia o acúmulo de águas, ampliando os trechos alagadiços. O escravo que derrubava a mata era o mesmo que desobstruía os rios, construía canais e diques. Constituía, portanto uma maioria subjugada, submetida a padrões de brutalidade que faziam desaparecer os limites do humano, uma humanidade que só fazia presente nos julgamentos pelos crimes cometidos ou nas descrições dos jornais visando à captura dos fugitivos, quando pela ruptura da lei o negro era incluído na ordem social, tratado com nome e características pessoais, mesmo que, para no final, ser torturado e morto.
Na região da Baixada Fluminense ocorreu um intenso processo de resistência escrava, sobretudo através da fuga e da formação de quilombos. Os escravos fugidos comumente se refugiavam em quilombos, que eram dificilmente capturados, devido os pântanos da região, que no período das cheias quase se transformava num enorme rio pelo transbordo das águas, favorecendo a fuga de possíveis expedições repressoras. Os quilombolas costumavam viver de um comércio de lenha que era utilizada para abastecer a Corte. Como não poderiam comercializar pessoalmente, vendiam a lenha para os taberneiros, que serviam como atravessadores. Estes sempre quando possível advertiam os quilombolas com informações de possíveis represálias, de forma que pudessem manter seus interesses. Assim, constituía-se uma importante rede de proteção que contribuía decisivamente na resistência escrava que ocorreu na região. A economia dos quilombolas baseava-se na caça e pesca, em produtos excedentes da agricultura de subsistência e no extrativismo.
4º Setor O candomblé é uma forma de religiosidade essencialmente brasileira, na África cada povo cultuava um orixá, quando chegaram ao Brasil os negros(a)s escravizados foram separados estrategicamente para que sua resistência fosse minada, como a religião é das expressões máximas da cultura, os europeus proibiram as manifestações religiosas do negro(a)s. Dessa proibição surgiu a primeira semente do candomblé. Para burlar a proibição o culto era feito as escondidas num mesmo lugar, o que acabou gerando uma espécie de altar comum onde eram cultuados os diversos orixás, de negro(a)s vindo de toda parte da África. As irmandades foram o segundo passo para que o candomblé se constituísse no que vemos hoje. Sendo a religião africana uma religião fundamentalmente de transmissão oral os ensinamentos eram passados oralmente uma das formas da religião dos negros ter resistido tanto tempo as adversidades. As primeiras casas de candomblé do RJ foram fundadas nos bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo, onde moravam e trabalhavam uma grande quantidade de negros. Mãe Aninha de Xangô, Bamboxê e Oba Saniá fundaram em 1886 no RJ uma casa no bairro da Saúde. Em 1925 Mãe Aninha inicia sua primeira filha de santo no Rio de Janeiro; Conceição Domolu. Nos anos quarenta novas casas foram abertas. Essas se localizavam nos subúrbios. Rocha afirma que os candomblés eram perseguidos nos centros urbanos pela polícia e "não se podia cantar alto ou tocar atabaques". Com o falecimento de mãe Aninha, em 1938, sua sucessora Agripina de Souza de Xangô, transfere o axé para Coelho da Rocha "no município de SJM na Baixada Fluminense e incorpora nele o nome Axé Opô Afonjá". Havia policiais que prendiam os instrumentos musicais utilizados nos rituais de candomblé. As casas de santos eram obrigadas a se inscreverem na delegacia de jogos e Costumes e tocar com hora marcada. "Isso gerou um movimento de MÃES-DE-SANTO que foram pedir ao então presidente Getúlio Vargas a liberdade de culto". Esta liberdade foi conquistada, contudo a visão preconceituosa das autoridades policiais e da sociedade civil permanece. Esse não foi o caso do Aba Ylê Cruz do Divino o Axé Opô Afonjá fundado por Mãezinha, localizado na rua Letícia n.346 Éden-Gato Preto no município de SJM que veio para o RJ na década de 1960, período considerado como "época de ouro" do candomblé na cidade. "Esse período é sempre lembrado nas casas de tradições então instaladas na cidade, com as roças estruturadas, muitas festas se tornaram famosas". As coisas mudaram, se inicialmente os candomblés nasceram nos bairros centrais da cidade do RJ e eram freqüentados por trabalhadores negros, na década de 50 e 60 os candomblés ressurgiram na periferia e eram freqüentados por moradores de bairros da classe média alta da cidade. As casas de maior visibilidade nas décadas de 50 e 60 na periferia eram o Bate-folha, em Anchieta (nação Congo), o Axé Opô Afonjá em Coelho da Rocha (nação Kêtu) e Joãozinho da Goméia - Caxias (nação Angola) mais conhecido como "rei do candomblé". O mundo do santo é extremamente fechado, cercado por uma hierarquia, onde os terreiros de candomblé são os últimos lugares onde as regras do bom-tom reinam ainda soberanamente. Pensando o candomblé brasileiro como espaço onde o poder final é masculino, mas que chegaram aos nossos dias através de vária Yalorixas (mães-de-santo) tais como: Guaiakú, Mãe Senhora, Tia Ciata, Bibiana, Menininha do Gantois, Olga de Alaketo, Maria Estela De Azevedo Santos (Odékaiodê), Regina de Bomboxê, Yá Nitinha, Mãe Meninazinha, e etc.
5º Setor João Cândido Felisberto (O Mestre-Sala dos Mares) Filho de ex-escravo, muito rebelde desde sua infância foi encaminhado a marinha que naquele tempo era vista como uma instituição disciplinadora. Em 1895 João Cândido passou a integrar a Companhia do Corpo de marinheiros Nacionais no Rio de Janeiro. Em pouco tempo foi promovido a cabo, fato pouco comum entre os praças, mas em seguida foi rebaixado por mau comportamento. Para aprender a lidar com a nova embarcação que o governo brasileiro havia adquirido muitos marinheiros entre eles João Cândido fora enviados a Inglaterra. Esta viagem foi marcante para ele, pois lhe possibilitou vivenciar a avançada organização e tecnologia da Marinha inglesa que em nada se parecia com a brasileira, além do forte movimento sindical os marinheiros ingleses. Os marinheiros passaram a questionar o conjunto de leis a que estavam submetidos e que regulamentavam a disciplina na marinha, tais como: submeter os praças a disciplina especial que forem de má conduta habitual e punir com prisão a ferro na solitária, a pão e água por três dias e 25 chibatadas. João Cândido sempre exerceu influência sobre a marujada e neste momento de insatisfação essa influência ficava mais forte, o que foi notado pelo governo federal. O então presidente Nilo Peçanha em 1910 convocou -o para uma audiência com o objetivo de transformá-lo em aliado. O encontro foi inútil, pois João Cândido não se tornou um aliado do governo e este não suspendeu a chibata como forma de punição as faltas graves. A situação ficava cada dia mais insustentável, os praças começaram a ameaçar os oficiais, deixando claro o estado de desacordo: "ninguém é escravo de oficiais e chega de chibatado, Cuidado. Mão Negra". Os marinheiros insatisfeitos e com as experiências do organizado sindicato inglês começaram a se unir.No dia 22 de novembro as 22:00 horas João Cândido ordenou que se disparasse um tiro de canhão como sinal de alerta aos navios revoltados, e que os holofotes iluminassem o arsenal da Marinha, as fortalezas e as praias do RJ. A partir desse momento Ele deixou de ser um simples desconhecido para se tornar a figura central do movimento, sendo apontado pelos jornais da época como hábil e eficaz comandante do levante, assim como símbolo da radicalidade do movimento por conta das mortes. Além de sua destreza no comando das manobras do navio. No dia 11 de dezembro João cândido é preso no cais e colocado em uma solitária com dezoito praças. Ele se casou três vezes, teve quatro filhos e morreu em 6 de dezembro de 1961 aos 89 anos. Em 1975 Adir Blanc e João Bosco compuseram a música mestre-sala dos Mares, homenageando João Cândido. No município de SJM no bairro da Praça da Bandeira, onde hoje sua filha D. Zelândia recebe em sua casa estudantes, imprensa, pesquisadores, além de ir a escola quando convidada divulgando a memória do pai.
João Alves Torres Filho: nascido em 27 de março de 1914, mulato, neto de negros africanos, vindos das bandas de Angola, lá na África, através de sua casa de candomblé, na produção de seu espaço religioso e sua conseqüência nos quadros mentais de seu tempo e sobre o cotidiano da cidade do RJ, sua personalidade é vista como determinante para sua posição de babalorixá e para entender o seu tempo envolvendo sua relação com a sociedade e seu poder místico exercido no universo de sua casa religiosa em Duque de Caxias no bairro Leopoldina IV na Baixada Fluminense rua sem calçamento e esgoto aparente, onde governou com poder religioso e político. Ele governava sua casa religiosa com mão de ferro e transformou seu barracão em um grande centro de festa religiosa, integrando várias classes sociais. Ele tinha ligações com artistas famosos de seu tempo, rádio, teatro e no campo da literatura, tinha ligação com políticos e gente influente da sociedade, e a abertura de sua casa aos brancos, chegando a ter filhos de santo estrangeiros e tudo isso vai afetar a imagem do "Povo do Candomblé", principalmente o imaginário dos leigos, expondo a luz uma religião, até então mantida como uma manifestação de gente inferior, pobre e negra...
Negra forra de belas curvas tinha uma taberna no caminho para a Vila de Iguaçu, onde ali paravam os viajantes para descansar e se divertirem com as prostitutas.Ela costumava esconder os negros que fugiam dos maus tratos dos seus senhores. Um fazendeiro português se apaixonou por ela e de tanto ciúme matou a bela negra. Políticas Públicas e ações de grupos organizados da sociedade da Baixada em busca da construção da identidade dos Negros. Segundo Giovanni Murari é possível identificar quatro posturas da igreja na história do Brasil em relação ao povo negro. Primeira postura: negação da humanidade do negro: negro não é gente, segunda postura: aceita-se a humanidade, mas acentua-se a diferença, terceira postura: a afirmação da igualdade, embora não tenha sido desenvolvida nenhuma pratica para essa afirmação, quarta postura: a necessidade de compreender o negro: esta postura da igreja vai levá-la a buscar compreender a situação do negro, inclusive o seu modo religioso de ser e de se organizar. É reconhecido que a Igreja Católica colaborou nesse processo de discriminação, pois além de possuir escravos, obrigaram os negros a receber o batismo, e não havia praticamente padres e bispos negros. A igreja sofreu mudanças incentivadas a partir dos concílios realizados na América Latina nos anos 70.
No final da década de 70 e meio de 80 vários movimentos culturais, tais como: Pastoral do Negro, Movimento Negro Unificado, Grupo de Mulheres, Partidos Políticos e demais Pastorais Sociais, se manifestaram no cenário da baixada buscando uma maior participação na vida política na sociedade da Baixada Fluminense. A Pastoral Afro tem por objetivo colaborar na construção de uma sociedade justa e solidária, ajudar a igreja a apoiar, a criar iniciativas contra o racismo, dialogo cultural, ecumênico e inter-religioso, com os valores afros-descendentes e etc. Com a campanha da Fraternidade "Ouvi o clamor deste povo-a fraternidade e o negro", de 1988 Pastoral do Negro assumiu os seus trabalhos e engajou-se ainda mais nas lutas sociais. Esta luta foi resultado da soma de esforço das Dioceses de Nova Iguaçu, administrada por D. Adriano Hipólito, e a de Duque de Caxias, administrada por D. Mauro Morelli. Elas foram as pioneiras e principais animadoras de trabalhos sociais e culturais a partir desta campanha. A referência para as novas ações funcionava em um espaço no interior da Matriz de SJM conhecido por "Quilombo". Este salão que surge na década de 80 da iniciativa da província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil é um espaço destinado a formação da Comunidade negra, movimentos sociais e população em geral transformando-se em um ponto de referência e um ponto de resistência para a Comunidade Negra do Brasil. O Dia 20 de Novembro foi escolhido pelo Movimento negro para ser comemorado o Dia da Consciência Negra devido o dia da execução De Zumbi em 1695, Líder do Quilombo de Palmares. É necessário fortalecer e construir um trabalho em torno desta data, valorizando a luta do povo negro. Neste processo de conscientização, há uma preocupação com a formação acadêmica de negros, por isso com ações organizadas no Salão Quilombo em SJM, na praça Getúlio Vargas, localizado na igreja da Matriz de SJ Batista, criou-se através de experiências realizadas na Bahia, o curso de Pré-Vestibular Para Negros e Carentes. Por intermédio de frei David Raimundo dos Santos, negro que assumiu esse trabalho, estabeleceu um convenio com a PUC de São Paulo e Rio de Janeiro, conseguindo algumas bolsas de estudo, com o objetivo de inserir nas faculdades as camadas da população mais carentes. A Pastoral do Negro em SJM em fevereiro de 2001 ofereceu a aprendizagem das línguas estrangeiras a militantes de baixa renda no Salão Quilombo, motivado pelas experiências de viagens e frei Tatá e pela constatação das poucas oportunidades que o negro tem de estudar uma língua estrangeira de qualidade.
As missas inculturadas e os casamentos e batizados afros que vez ou outra eram solicitados foram atividades realizadas com a Pastoral do Negro e celebradas pelo Frei Davi Raimundo. Com a chegada de Frei Athaylton (frei Tatá) na Paróquia do Negro em conjunto com o mesmo resolveu fazer a experiência de realizar as missas mensalmente. Na missa utiliza-se uma simbologia rica em vida e usam-se panos coloridos, cantos animados que dizem respeito o povo negro, atabaque e outros instrumentos de percussão, resgatando sua luta, sua esperança e ressurreição em Jesus Cristo. A missa trabalha com a realidade, tentando despertar o negro dentro da igreja Católica e fora dela.
# União dos Homens de Cor, entidade formada por uma elite negra em âmbito federal e loca, surge com o objetivo de organizar politicamente a comunidade negra e prestar-lhe apoio jurídico. # TEM - Teatro Experimental Negro surgido em 1944 com o objetivo de organizar, dentro do espaço teatral brasileiro, uma elite pensante negra, com possibilidade de produzir fundamentação teórica e de atuar como grupo de pressão. Entre os fundadores contavam-se intelectuais, artistas, ativistas negros e profissionais liberais como Abdias do Nascimento, escritor, político, artista plástico, par quem essa militância poderia garantir o espaço desse grupo no cenário político-social, Com esse propósito, o TEM passa a organizar cursos de alfabetização, formação cultural e sociodrama, No teatro, eram encenadas peças como o Imperador Jones, Calígula. # Ojuobà-Axé - um grupo Afro-Cultural criado em 1983 com a perspectiva de ser um núcleo de resistência da cultura negra, após ter sofrido mudança de Vilar dos Teles para Duque de Caxias, começa a empreender sua meta, que era "o resgate histórico do negro na formação da sociedade Brasileira e o combate sistemático a toda e qualquer forma de racismo".Os frutos desse trabalho resultaram numa banda de samba e afro-reagge formada apenas por mulheres, a Oya Matamba, e o bloco carnavalesco Ojuobá-Axé. A maneira de mostrar o trabalho das festas locais: Concurso de Beleza Negra, Diamante Negro, O Mundo Artístico Negro, Semana Nacional da Consciência Negra, carnaval e em diversos eventos da comunidade. #Odara
- Centro de referencia em Educação, Cultura e Cidadania. #Amalyra - Tradição e Modernidade - Amalyra (Associação Martiliano Manoel Lyra - Ilê Áxè Ala Karo Wo), é uma instituição que nasceu em Casa de Candomblé ( religião de matriz africana) com a finalidade de difundir o conhecimento da história e da cultura africana e de sua influencia na historia econômica, política e cultural do Brasil. Promover e preservar as manifestações da arte e da cultura afro-brasileira, através do resgate da riqueza histórica que nos foi legada e transmitida pelos povos de origem africana e pela arte e cultura negra e seus valores em seu processo de educação. Percebe-se que através da luta, das reivindicações, o povo negro quer lutar para garantir a sua cidadania. O povo negro precisa reunir-se, organizar-se para lutar pelos seus direitos mostrando para a sociedade que nós somos iguais. Para atingir a verdadeira cidadania e conseguir seus objetivos o negro tem que ocupar lugares de decisões onde possam fazer ouvir suas reivindicações, pois há muitos obstáculos para se ultrapassado, mas eles organizados continuam clamando por liberdade, e estão no caminho correto, através da religião, da cultura, da educação, da política. É necessário ampliar as reflexões, os debates, os questionamentos, os estudos para que possam crescer economicamente, e com isso tenham condição de investir em bens culturais, valorizando assim as características e riquezas de sua raça.
Ricardo Paulinho e Robson Roney |