barra1.gif (920 bytes)
G.R.E.S. SERENO DE CAMPO GRANDE

Sinopse 2007

barra1.gif (920 bytes)

 


"É CARNAVAL! A CORUJA MANDA AVISAR... DEU ÁGUIA. VIVA A PORTELA!"

 

..."A chama não se apagou".
Nem se apagará
És luz de eterno fulgor, Candeia
O tempo que o samba viver
O sonho não vai se acabar..."            (Candeia)

 

OBJETIVO

Tendo como embasamento a historia do G.R.E.S. PORTELA, objetivamos através desse enredo fazer uma homenagem a Azul e Branco de Osvaldo Cruz, onde abordaremos de forma geral os seguintes aspectos: mitos e personagens que construíram a historia dessa escola, momentos de glórias através de seus campeonatos, suas inovações no cenário do carnaval e sua importância como uma das principais instituições na construção da cultura popular brasileira.


JUSTIFICATIVA

Pisando pela primeira vez a passarela da Marquês de Sapucaí, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Sereno de Campo Grande inspira-se na maior campeã do carnaval carioca e, fantasiando-se de azul e branco, mira-se no espelho portelense para trilhar, Oxalá!, Um caminho de sucesso, beleza, alegria, samba e verdade.

Sob as bênçãos da Águia de Osvaldo Cruz e Madureira, a Coruja da zona oeste pede licença e vem invocar Oraniah, Oxum e Oxossi para trazer a permanente África suburbana. Traz à história o mito de sua criação, engendrada sob a jaqueira, fundamento de seus frutos perpetuados em seus tambores, em sua dança, em sua doce melodia.

Anuncia a Profecia e exalta o samba, força engendradora de tua missão e redentora de nossa negra e mestiça dignidade.

Mostra a face mais exuberante de tua arte e de tua alegria. Transforma-se no Nome: a concretude da Glória.

Exalta teus momentos de Clara inspiração e faz desfilar teu pioneirismo, tua grandeza, tua lição.

Sob as Candeias que iluminam esta avenida, a sábia Coruja se faz sabiá e vem cantar com muito orgulho:

"... Abram alas, deixem a Portela passar...".            (Noca, Colombo e Gelson)

 

O ENREDO

É carnaval! A Coruja manda avisar: Deu Águia... Viva a Portela!

..."A chama não se apagou".
Nem se apagará
És luz de eterno fulgor, Candeia
O tempo que o samba viver
O sonho não vai se acabar..."             (Candeia)

 

INTRODUÇÃO

No tempo em que os animais falavam, havia na floresta quatro dias de festa.  Em cada canto, um baile, um cortejo, uma folia.  Eram famosas as festas do beija-flor, do leão, do condor...  A Coruja, nova moradora do lugar, queria promover uma festa para que todos os bichos dela se lembrassem por muito tempo.

Sábia como ela só, resolveu conversar com os festeiros mais famosos para saber que tema escolheria para seu baile.  Foi ao leão, soberano da floresta, que lhe disse: "Sou dos mais antigos aqui e sei do meu valor. Mas, nada se compara ao esplendor dos bailes da majestade de outro lugar. Por que você não vai ao beija-flor".  Desapontada e curiosa, seguiu rumo à morada da ave-bailarina.

O beija-flor, entre um gracejo e outro, diz à curiosa coruja: "Sou das mais jovens e sei do meu sucesso. Mas, nada se compara ao luxo dos bailes da majestade de outro lugar. Por que você não vai ao condor, lá para os lados das montanhas?".

Triste parte para as enormes cadeias montanhosas.  Sabe que por lá moram alguns de seus parentes, da grande família das aves de rapina.

O condor, entre um vôo e outro, lhe aconselha: "Tenho linhagem e sei da minha tradição. Mas, nada se compara ao garbo, ao luxo e ao esplendor dos bailes da verdadeira majestade de todo este lugar. Se você chegou aqui pode ir além. Vá àquele penhasco, porque a Águia voa mais alto e é lá aonde você deve chegar. Por muito tempo morei naquele ninho e presenciei o fausto de sua corte. Ouvi histórias de deuses distantes que lançaram sementes que forjaram sua criação. Também soube de um começo difícil, mas muito corajoso. Aguerrida, a Águia fez das festas grandes acontecimentos. Ensinou a todo mundo aqui e lá embaixo o que é ornar-se com beleza, brilho e elegância. Eis aí um grande tema! Esta homenagem a deixará feliz e será o segredo do seu sucesso! Prepare tudo porque lá ela se surpreenderá".

É chegado o dia.  À entrada da clareira, a passarela triunfal.  Desponta soberana a Altaneira.  Á frente, o Cisne e o Estandarte.  Os arautos anunciam:

 

DESENVOLVIMENTO

Vem do toque resplandecente entre a nuvem branca e o céu azul, ou do encontro entre a gola de cetim azul e o terno de linho branco, a inspiração para nosso carnaval. Na avenida, quando cuícas, chocalhos, caixas e tamborins entrarem em comunhão e o som dos surdos romperem o burburinho das bocas, incendiando os pés daqueles que nos esperam, anunciaremos para a cidade em coro: Hoje, nós somos a Portela!

Em azul e branco, daremos os contornos de nossa aquarela e cobriremos o asfalto cinzento com as cores imponentes da tradição. Hoje Campo Grande é o vizinho mais próximo de Madureira e o "sereno" cobre com seu manto de poesia e graça as glórias e os mitos, não de uma Escola de Samba, mas sim, da mais completa tradução do que é o Carnaval enquanto manifestação cultural espontânea.

A fileira de cabeças brancas pede passagem porque o tempo é nosso convidado. Oitenta e quatro anos se passaram desde o dia em que a sombra de uma frondosa árvore foi testemunha do inicio de uma história de conquistas. O canto das pastoras rompe com vigor os ares porque é preciso saudar os que chegam: Mestre Marçal, mais uma vez vem soprar o apito. Vilma, mais uma vez rompe a passarela para fazer o pavilhão balançar ao vento. O som que vem do céu, tal como o gorjear da passarada, anunciam a chegada de Argemiro, Manacea e Alcides, enquanto Vicentina vem pôr a ultima pitada do tempero do feijão que ainda ferve.

Vem! Vem ver mais uma vez personagens de outrora brincando novamente na avenida. Uma cortina se abriu e com Paulo da Portela lembramos do pagode do trem e romperemos a barreira do tempo para novamente se apresentar ao povo que o consagrou. Um trovão anunciou, e Clara atravessou a chuva de confetes para nos brindar com seu ultimo sorriso guardado, enquanto Natalino Jose do Nascimento, o velho Natal vem vestir novamente a coroa e tomar de susto o cedro para reinar absoluto na Avenida que um dia foi sua. E gritar... Sou campeão!!!

Salve ela e suas tradições, salve os quintais de Osvaldo Cruz, salve seus pagodes guerrilheiros, salve seus compositores, absolutos na arte de tocar os corações. Salve suas tias, festeiras eméritas que trazem no gesto a ancestralidades das "Ciatas" que no inicio do século passado semearam o samba em suas casas. Salve a alegria espontânea dos seus primeiros desfiles, tempos de Praça Onze, papel crepom e pés descalços. Salve a Portela majestosa da Avenida Presidente Vargas, a Portela das glorias acumuladas!

Hoje, a "águia" e a "coruja" voam lado a lado e, baseados nos personagens, heróis consagrados de um festivo mundo multicolorido, e nas tradições mais autenticas de um universo azul e branco, vamos a busca das cores, sons e imagens que façam um "rio passar", tal como os versos apaixonados de Paulinho da Viola, trazendo para os olhos dos que vêem, o que é "essa corrente, que faz a gente, de repente querer sambar", essa "cordilheira de montanhas, cuja força é tamanha" e parte dessa historia, que se eu começar a contar, hoje, mas do que nunca, eu não vou terminar.

Abram alas, deixa o Sereno Passar...

"Tanto riso, oh quanta alegria..."
... Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é Carnaval ".             (Zé Kéti)

Amarildo de Mello
 

volta.gif (1281 bytes)