G.R.E.S. UNIÃO DE JACAREPAGUÁ |
Sinopse 2006 |
JUSTIFICATIVA DO ENREDO
O nosso Enredo "Alô, alô Intendente! Aquele abraço...", para o Carnaval 2006, tem a missão de contar a história da Estrada Intendente Magalhães. Ao iniciarmos a pesquisa do nosso tema, ficamos de frente com fragmentos históricos ligados ao desenvolvimento do Brasil, que acreditamos ser inéditos para muitos. Como o assunto é samba, a Estrada tem a sua participação no Carnaval Carioca, com o desfile das Escolas de Samba, que aspiram galgar grupos melhores até chegar ao Desfile do Grupo Especial. A Estrada também acolhe o celeiro de bambas de duas Escolas que com muita garra representam o lugar. A Tradição e a União de Jacarepaguá. Com a criação do Shopping do Automóvel, a Intendente Magalhães se torna novamente a grande vedete, a melhor referência para quem quer comprar, vender ou trocar seu carro. Vamos de carona com a União de Jacarepaguá, dar aquele abraço para todos em nosso desfile na Marques de Sapucaí, e acreditar que dias melhores estão pra vir...
primeiro caminho dos jesuítas rumo a fazenda de Santa Cruz,
Rodrigo Sampaio
HISTÓRICO DO ENREDO
O Rei de Portugal passou a ser proprietário de tudo, com o poder de dividir o mundo descoberto entre os vassalos, sem, contudo perder a autoridade central e absoluta. Seus representantes no Brasil também tinham direito de doar, terras para agricultura. Eram as chamadas sesmarias. Após a fundação da cidade do Rio de Janeiro, em 1565, houve uma luta sangrenta, para expulsar os franceses, comandados por Nicolau Durand Villegagnon. Nessa batalha, morreu o fundador da cidade, Estácio de Sá. O seu tio, Mem de Sá, o então governador-geral do Brasil, foi quem comandou a expulsão definitiva dos corsários franceses. Depois, ele resolveu regressar para Salvador, a Capital da colônia. Antes de embarcar, nomeou outro sobrinho para governar o Rio de Janeiro: Salvador Correia de Sá. Salvador administrou a cidade de 1567 a 1598, exceto no período de 1573 a 1575, quando foi governada por Cristóvão de Barros e no período de 1576 a 1577, por Antônio Salema. Logo que assumiu a capitania, Salvador doou sesmarias no Rio de Janeiro para os portugueses que combateram os franceses durante a fundação da cidade. Jerônimo Fernandes e Julião Rangel de Macedo receberam, naquele ano de 1567, terras na futura região de Jacarepaguá.
Em 8 de dezembro de 1589, por doação da Marquesa Ferreira, viúva de Cristóvão Monteiro, primeiro ouvidor do Rio de Janeiro, os jesuítas adquiriram a fazenda de Santa Cruz. Para atingir a nova propriedade, os padres da Companhia de Jesus foram os responsáveis pela formação do caminho que deu origem à Estrada Real de Santa Cruz. Os povoadores pioneiros de Jacarepaguá também usavam o caminho dos jesuítas, mas em certo trecho dobravam à esquerda para as suas terras. Exatamente no local desse desvio é que nasceu o Largo do Campinho. Nesse mesmo ponto, em direção opostas, outra curva seguia para a Freguesia de Irajá. Os viajantes elegeram o lugar para descansar, deixando os animais pastarem no campo existente no encontro desses caminhos. O campo não era muito grande. Assim, passou a ser chamado de Campinho. O lugar tornou-se passagem obrigatória não somente para se chegar à Fazenda de Santa Cruz; para atingir outras localidades, o viajante tinha que passar pela Estrada Real de Santa Cruz e, por conseguinte, pelo Largo do Campinho. Muitos vinham das províncias, como São Paulo e Minas Gerais. Eles muitas vezes optaram em fazer uma pausa no Largo do Campinho, antes de enfrentarem o trajeto final para a cidade do Rio de Janeiro. A região foi loteada e se formou grandes fazendas com plantações cana - de açúcar e café. O Ludovico foi grande plantador de café na área das atuais ruas Francisco Gifoni, Teles e Comendador Pinto, inclusive o Morro da Bica (hoje mais conhecido como Morro do Fubá, e que na época do Ludovico era chamado de Morro das Pedras). Com a retirada dos Jesuítas da Fazenda da Santa Cruz, pelo portugueses, o Caminho passa a respirar ares nobres, e ganha a denominação de "Caminho Imperial", ou "Estrada Real de Santa Cruz". O Ten-Cel Carlos José de Azevedo Magalhães acabou herdando uma fazenda, que pouca vocação tinha para as atividades agrárias e, ao invés, mantinha pretensões políticas, a ponto de ter sido nomeado Intendente (prefeito, chefe do executivo municipal). Incentivado pelo Intendente Magalhães, desenvolveram-se na enorme fazenda pequenas vilas, como as de Marechal Hermes e Realengo e através destas se construíram inúmeras estradas. O presidente Washington Luiz, por exemplo, retificou e integrou à antiga estrada Rio-São Paulo, o trecho da Estrada Real de Santa Cruz, que de Campinho a Realengo, atravessava a fazenda. O grande boom de construção foi iniciado no final da década de 1960. O trecho da antiga estrada Real de Santa Cruz que passa por Vila Valqueire recebeu o nome de Estrada Intendente Magalhães em homenagem ao Tenente - Coronel Carlos Magalhães, também dono de muitas terras na região e que foi o candidato mais votado para a Intendência Municipal (atual Câmara dos Vereadores) nas eleições de 1899. Nos dias de hoje a Estrada tem um papel muito importante no carnaval carioca, abriga o sonho do especial. É a ribalta onde tudo começa, diz o regulamento antes da Marques da Sapucaí, tem que passar pela Intendente. Nem as dificuldades de se colocar uma Escola na rua, tira a animação do folião e dos que ficam as margens da Estrada. Também ali, duas Escolas montaram seu celeiros. Tradição e a União de Jacarepaguá, representam a região com muita garra! Com a revitalização do "Caminho Imperial", e a criação do Shopping do Automóvel, a estrada se torna novamente a grande vedete, a melhor referência para quem quer comprar, vender ou trocar seu carro. Um grande marketing para a nossa região.
Vamos de carona com a União de Jacarepaguá passear na Marques de Sapucaí e
dar aquele alô! "Alô, Alô Intendente! Aquele Abraço...".
Rodrigo Sampaio |