G.R.E.S. UNIDOS DE PADRE MIGUEL |
Sinopse 200 7 |
Fundado em 12 de novembro de 1957, época do surgimento de grandes escolas de samba, que fizeram suas histórias nos trazendo hoje lembranças dos antigos carnavais e dos grandes bailes carnavalescos. Sendo batizado com o nome de Unidos da rua D, mais popularmente conhecido como Boi Vermelho, e hoje Unidos de Padre Miguel. Lá vem minha Unidos celebrando os seus 50 anos, junto com a comunidade que acredita nos caminhos de sua fé. Fé que inspira e conforta seus corações cheios de esperança. Gente sofrida que tudo o que tem na vida é o sacrifício da promessa cumprida. De um jeito ou de outro a fé acompanha este povo, sendo ele: São Jorge o cristão, ou mesmo Ogum o santo guerreiro que no candomblé celebra a força. Exemplo de luta, força e esperança de um povo. Gente pro que der e vier, abençoada por uma manifestação de fé sagrada e profana. Quem já viu os populares autos de fé, e alma engalanada de um país inteiro, seleiro cultural de folclore brasileiro. Miscigenação de raças e credos, numa união de fé e esperança nas suas crenças e costumes. Unidos, tu és minha raiz, o meu cantar, a minha diretriz. Unidos por um santo guerreiro, com homens e mulheres que nasceram sublimes, crentes e devotos de um manto vermelho de amor, doce e clemente... e branco da cor do canto... Aqui estendemos nossos olhares à sua infinita grandeza, fonte de tantas belezas desses divinos imperadores que fazem de um samba uma oração. Vem minha Unidos! Do batuque do negro a cada canção, com seu estandarte, exaltar a arte, acendendo a luz da imaginação desse encontro mágico e universal chamado carnaval! Traz a alegria do samba no pé, aqui tu és o nosso povo, aqui tu és encanto de fé... Ser um eterno folião neste mundo é encorajar minha alma e responder com toda a minha fé: - eu sou vermelho e branco, sou UNIDOS DE PADRE MIGUEL e acredito na minha fé. Seja ela através das festas cristãs ou na passarela exaltando nosso padroeiro. O futuro aponta para uma nova era, uma era de muito samba e carnaval. E como não é proibido sonhar, acreditamos nos nossos sonhos, e hoje estamos aqui após 50 anos relembrando os saudosos carnavais, voltando a ocupar um lugar na maior apoteose do carnaval. Or gulhosos vêm mostrar nosso povo, que pelos caminhos de sua fé lutou, acreditou e persistiu. Aqui mostraremos nosso povo. Que sorri, sofre, mas nunca desiste. E quando chega o carnaval mais uma vez estamos juntos, com guerreiros que somos. Cheios de fé e esperança buscando inspiração em nosso padroeiro e guerreiro: São Jorge, o desbravador, capitão do Império Romano. Que morreu por acreditar na sua fé e não nos deuses pagãos do Imperador Diocleciano. Com seu testemunho, este grande santo nos convida a seguirmos Jesus sem renunciar ao bom combate. Baseados neste ato de coragem e fé, hoje nosso povo segue os passos de nosso padroeiro, e incansável nunca perde a esperança, pois ela alimenta a fé que existe em nós. Chegamos ao fim sem nos esquecermos então dos ideais que nos trazem mais uma vez aqui para comemorarmos mais uma batalha vencida. O Ato de fé nos faz sonhar e transformar sonhos no mais puro carnaval.
SINOPSE DO ENREDO
Quando se pensa em carnaval, logo vêm à mente a imagem de grandes desfiles, bailes carnavalescos, blocos, fantasias e personagens com Arlequim, Pierrô e Colombina. Apesar de serem figura características do baile de Veneza, sempre estarão presentes em nossos carnavais. Como nos inesquecíveis “Bailes de Pierrôs” de Eneida de Moraes. Época do crescimento do carnaval carioca, com o auge das folias e blocos de rua, e principalmente pelo surgimento de novas escolas de samba. Dentre elas, a Unidos de Padre Miguel, que trouxe como símbolo o Boi Vermelho e por ele tornou-se conhecida. Com a força na sua comunidade que luta e defende o pavilhão e as cores de sua agremiação, sem desanimar com as dificuldades. Orgulhosa, vêm comemorar na Sapucaí 50 anos de luta, alegrias, tristezas, glórias, lágrimas, suor, muita fé, devoção e esperança.
Fé e devoção muito forte e presente nas famílias carentes da Vila Vintém. Que tentam através de suas crenças e religiões, transmitir paz e alegria, por meio de orações, procissões, romarias e festas. Vindas da miscigenação de raças, culturas e costumes de diferentes regiões, transformam a favela num caldeirão de conhecimentos. Podem ser facilmente percebidas nas festas cristãs, mais características nos subúrbios. Essas comemorações mostram devoção a Deus e aos santos festeiros. Dentre muitas festas posteriores ao carnaval, a primeira, considerada a mais importante, é a Páscoa, que só passou a ser considerada uma festa cristã após a última ceia. Na chamada Semana Santa os fiéis celebram a ressurreição de Cristo. As festas juninas ganharam força no Brasil, ainda que não sejam de origem cristã, e têm grande aceitação popular e não menos religiosa. Oriundas da Europa, onde nos meses de junho e julho gregos e romanos homenageavam os deuses da colheita com grandiosas fogueiras, cantorias e danças, estas festas foram difundidas durante a ocupação romana, chegando assim a Portugal e posteriormente ao Brasil. Com o advento do cristianismo substituíram-se os deuses pelos santos da fé católica, como Santo Antônio, São Pedro e São João. Adaptando as vestes e gastronomia à moda brasileira, caracterizando-se em cada região. Assim como as danças, no Brasil, temos as quadrilhas juninas. Continuando nos festejos, não podemos esquecer, uma das datas mais esperadas pelas crianças. O dia de São Cosme e São Damião, com farta distribuição de doces. Muito freqüente nas áreas carentes e centros espíritas. Nascidos Acta e Passio na Síria, filhos de família rica cristã, se formaram em medicina. Praticavam-na dizendo “Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder”. Perseguidos e mortos pelo Imperador Diocleciano, viraram santos milagrosos após a morte e apareceram materializados ajudando crianças que sofriam violências. Por isso são considerados protetores de creches, orfanatos e das doceiras e padroeiros dos médicos e farmacêuticos. De todas essas festas a mais familiar é a celebração do Natal, comemoração do nascimento de Cristo. Todos se reúnem e comemoram com muita fé e união, a vinda do filho de Deus. A troca de presentes passou a simbolizar as ofertas feitas pelos três Reis Magos ao menino Jesus. Assim como este, outros rituais foram adaptados.
Quando se fala em rituais, é muito difícil não associá-lo aos tambores dos terreiros de candomblé oriundos dos ancestrais africanos. Há o costume de se fazer oferendas aos orixás em verdadeiros rituais de fé, herdadas dos filhos da África Ocidental que enriqueceram nosso país com músicas, danças, batuques, cultos religiosos e divindades. Ogum, protetor de todos os guerreiros divindade ioruba, bastante cultuado no Brasil por ser associado à luta, à conquista. É a figura do astral que depois de Exu, está próxima dos seres humanos. Imparcial com a capacidade de exercer a justiça ditada por Xangô. É muito mais paixão que razão: aos amigos, tudo. Inclusive o doloroso perdão: aos inimigos, a cólera implacável, a raiva destruidora mais forte. A relação de ogum com militares vem da sua figura de comandante supremo iorubá, como sincretismo realizado com São Jorge, que é padroeiro da Unidos de Padre Miguel. Nasceu na antiga Capadócia, mas foi criado na Palestina. Onde foi promovido a capitão do exército romano por sua dedicação e habilidades com armas – qualidades que levaram o Imperador a lhe conferir o título de conde. Por essa época, o Imperador Diocleciano tinha plano de matar todos os cristãos. Como Jorge mantinha-se fiel a Jesus, o Imperador tentou fazê-lo perder a fé, torturando-o de várias maneiras. Não tendo êxito, Diocleciano mandou degolar o jovem, da mesma maneira que fez com Cosme e Damião, em 23 de abril de 303. A devoção a São Jorge rapidamente tornou-se popular. Seu culto se espalhou e, por ocasião das Cruzadas, teve grande penetração no Ocidente. Verdadeiro guerreiro da fé, venceu terríveis batalhas contra Satanás. Por isso sua imagem mais conhecida é a montado num cavalo branco, vencendo um grande dragão.
É com essa devoção a seu padroeiro, aos santos e aos orixás, que a Unidos de Padre Miguel, junto com o carnavalesco Edson Pereira apresenta para o carnaval 2007 um enredo que levará a avenida, a luta, a garra e a força desse povo que não se deixa abater e que tenta resgatar a história dos seus carnavais, cantando o passado, o presente dos seus 50 anos de glória, e não deixando de pensar no futuro através de nossas crianças, com muita fé e devoção à São Jorge, que estenderá o seu escudo e suas poderosas armas, defendendo com a sua força e com sua grandeza, o G.R..E.S. Unidos de Padre Miguel. Viva Ogum, nosso santo
guerreiro!
Edson Pereira |