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S.E.R.E.S. UNIDOS DO CABUÇU

Sinopse 2006

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"A MÃO QUE VARRE ESTE CHÃO, SEGURA COM FIRMEZA ESSA NAÇÃO"

 

Todos os anos assistimos  as coreografias realizadas com desenvoltura pelo cidadão, torcedor da União da Ilha do Governador e trabalhador da Empresa Municipal de Limpeza Urbana, Renato Sorriso. O gari oficial da passarela do samba. Seus gestos representam uma cultura de comunicação que sintetiza o verdadeiro espírito carioca/brasileiro.

A mensagem enviada ao público da Marquês de Sapucaí, através da sensibilidade e gingado contagiantes deste trabalhador, traduz a importância de desenvolver prazerosa e competentemente, as atribuições da profissão escolhida seja ela qual for.

Em 2006, a Unidos do Cabuçu, presidida pela nova administração de Waldir Merchioro, consciente do seu papel cultural no carnaval, terá o orgulho de desenvolver o enredo “A mão que varre esse chão, segura com firmeza essa nação”. Uma exaltação as profissões que mesmo discriminadas pelas elites, são à base da pirâmide sócio-econômica deste país.

Estes trabalhadores entusiasmados, éticos e profissionais serão os ícones de referencia do povo brasileiro, muitas vezes sofrido, humilhado e oprimido mas que todos os dias, ergue suas mãos com firmeza na esperança de um novo amanhã para si mesmos e seus descendentes. Excepcionalmente, alguns setores da  nossa  sociedade, ao contrário de outras, possui valores e costumes preconceituosos  em relação a grande massa trabalhadora. Mas a Unidos do Cabuçu, numa atitude de reconhecimento e gratidão, homenageará estes trabalhadores, peças fundamentais na formação da grande engrenagem que move esta nação.

A concepção do enredo no desfile será iniciada transformando o lixo em riqueza, homenageando os garis e seus afazeres. Atualmente, o processo de separação e reciclagem do lixo é de suma importância para o melhoramento da qualidade de vida nos grandes centros urbanos e preservação do meio-ambiente.

As lavadeiras e arrumadeiras serão veneradas como símbolos do lar,  pela dedicação aos trabalhos domésticos.

Lembraremos a influência externa em nossa política econômica, que ajuda a difundir a miséria e o desemprego. Discutiremos a falta de investimentos sociais, a corrupção que persiste entre nossos representantes políticos, a globalização, a abertura da economia ao capital externo e a  política de juros altos que dificultam a criação de empregos, aumentando  conseqüentemente, o poder de criatividade do povo brasileiro para sobreviver, dando origem assim os trabalhadores informais. Ao mesmo tempo, a classe menos abastada torna-se cada vez mais incapaz de viver com um mínimo de dignidade. A falta de investimentos em moradia, saúde e educação ajudam na proliferação do povo de rua e sua miserabilidade.

Retrataremos o homem do campo, com sua  simplicidade e cidadania resgatando sua dignidade por meio da reforma agrária.

Enfim, o povo brasileiro do interior, das camadas mais pobres, das periferias das cidades, das profissões mais simples, serão  vistos como grandes heróis da nação tupiniquim, reivindicando, direitos e oportunidades iguais independente de raça, credo, ou classe social. Veremos com humor e seriedade a união e a força dos menos favorecidos interferindo na construção da história deste país chamado Brasil.

Marcos Calheiros
 

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