G.R.E.S. UNIDOS DO VIRADOURO |
Sinopse 2006 |
"ARQUITETANDO FOLIAS"
Justificativa
As Alas vão ilustrar as folias, modas e costumes predominantes em cada época, enfatizando festejos e manifestações do povo brasileiro, formadores da cultura popular, cuja expressão máxima originou o Carnaval Brasileiro, particularmente, o Carnaval Carioca. Resumindo, vamos contar 2 histórias paralelas dentro do mesmo enredo; a história da Arquitetura (Alegorias) e a estória das Folias (Fantasias). Será interessante verificar que a Arquitetura sem pré esteve presente, integrada e participativa, desde as primeiras manifestações do povo brasileiro, com os índios, passando pelos gênios populares, como Aleijadinho, até culminar com a construção do templo máximo de nosso show maior, que é o Sambódromo, obra desse nosso notável Arquiteto, Oscar Niemeyer.
Um desfile que: 2 - preste uma homenagem aos arquitetos brasileiros, aqui simbolizados por Oscar Niemeyer; 3 - Seja politicamente correto, falando dos "Arquitetos" populares, como o caipira Jeca Tatu, n a casa de sapê, o talentoso mestiço Aleijadinho, os nordestinos que ergueram a moderna São Paulo, e os criativos m oradores e construtores de nossas favelas; 4 - que também seja crítico e atual, cobrando responsabilidades de n ossos construtores, das edificações perigosas que inclusive desabam, e da exploração dos corretores imobiliários, vendendo uma sub-arquitetura, camuflada por prospectos atraentes e propagandas enganosas, iludindo os incautos que só caem na real quando recebem as chaves do "apertamento" - espaço exíguo, sem luz e ventilação adequadas; 5 - que eleja a Viradouro (Niterói) como a melhor construção do carnaval no coração de nossos torcedores e componentes desfilantes.
São quinhentos e cinco anos de histórias estórias, divididos em 8 partes:
Parte 1: "OCA À VISTA"
Parte 2: "ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU"
Parte 3: "QUERENDO SER A CORTE"
Parte 4: "QUERENDO SER PARIS"
Parte 5: "ANTROPOFAGIA MARAJOARA, QUERENDO SER BRASIL"
Parte 6: "RECONHECIMENTO INTERNACIONAL"
Parte 7: "ARQUITETURA IRRESPONSÁVEL / DECONSTRUÇÃO"
Parte 8: "PISANDO NOS ASTROS DISTRAÍDOS"
Sinopse: "Arquitetando folias"
2 - Depois, vem o Estilo "Jeca Tatu" do caipira brasileiro, com casas de sapê, que traduzem a sabedoria de nosso homem simples; 3 - O Barroco promove o Sincretismo, com negros e índios erguendo templos católicos brancos, cheios de simbologia de outras crenças (como búzios e sacis-pererês); 4 - Da Vasa Grande e da Senzala surge o Brasil mulato, brasileirinho da Silva; 5 - No Império imitávamos Portugal (NeoClássico) e um baile na Ilha Fiscal fez ruir toda uma era; 6 - Na República queríamos ser Paris (Eclético e Art Nouveau) e o Prefeito derrubou o centro do Rio para abrir a Avenida Central; 7 - O Decô Brasileiro é único no mundo pela estampa Marajoara; 8 - Nossa arquitetura Modernista é destaque Mundial, o gênio Oscar Niemeyer desenha um novo Brasil em Brasília e lança Niterói ao Espaço Sideral a bordão do Disco Voador do MAC (Museu de Arte Contemporânea); 9 - As favelas testemunham uma arquitetura da miséria econômica e da riqueza cultural brasileira, pois a "pequena África de Tia Ciata" viu nascer o Samba, até hoje cultuado nas escolas, ruelas e descidas das comunidades; 10 - Pratica-se atualmente a arquitetura da irresponsabilidade, do desrespeito à qualidade de vida, onde até prédio desaba; 11 - Mesmo flutuando no espaço, daqui a algum tempo, teremos a Cada da Família Viradouro; 12 - As Folias (religiosas, culturais, pagãs) sempre circundaram as construções brasileiras, sendo que vários de nossos conjuntos arquitetônicos são reconhecidos internacionalmente e tombados pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade; 13 - A Arquitetura Brasileira traduz as diferentes formas de nosso sentimento de "brasilidade" e por isso cada período tem sua arquitetura "falante"; 14 - A Arquitetura reflete a vida; 15 - O Arquiteto é o poeta das formas.
Um poema de Mário Monteiro para "Arquitetando folias"
A Viradouro arquitetando na folia
Como uma planta que brota no chão
Forma, função, conteúdo
E o Pedro Pedreiro?
"Oscar Niemeyer é o fato cultural mais importante que sucedeu ao Brasil. Que seria de nosso passado sem o Aleijadinho? Estaríamos deserdados, empobrecidos, na mesma proporção em que de, tendo existido, dignificou o nosso povo. Demonstrou como é quanto, nossa gente mestiça é dotada da mais alta criatividade artística e cultural. Oscar é a mesma coisa, hoje. Um longo hoje, feito das décadas que ele vem iluminando com o seu talento, através de obras de esplêndida beleza, distribuídas mundo afora".
Arquitetura é revelar o açúcar da pedra
"ele não faz de pedra
Nos ensina a viver
Arquitetura como espírito, Imaginação e Poesia "As Ocas são inteligentes... O índio mantém as tradições de seu estilo de morar. Curvas imponentes sustentam suas ocas, construídas da mesma forma há mais de 600 anos... Num exemplo de harmonia, ali convivem até setenta pessoas de uma mesma família..." "Brasília é o exercício da Arquitetura como manifestação do espírito, da imaginação e da poesia... O primeiro passo foi marcar o terreno com uma cruz, como sinal de conquista bem n o centro geográfico do país. A leveza de seu estilo pousou no cerrado vazio como uma grande ave de com creto e vidro, instalando ali uma paisagem futurista".
"A Arquitetura, no Brasil e no Mundo, foi sempre condicionada pelas contradições dos processos sócio econômicos" "Todas as leituras críticas da arquitetura brasileira coincidem em valorizar a criatividade e originalidade..." "As múltiplas categorias da arquitetura contemporânea, leveza, transparência, distorção, complexidade, ambigüidade, hibridação, dispesão, desmaterialização, contextualismo, podem se desenvolver com linguagem diversificadas e representações formais que terão validade universal"
"Não é casual a intensa releitura das obras dos "fundadores", não é para
procurar receitas ou esquemas formais, mas para resgatar os conteúdos
culturais, ideológicos e estéticos que a partir de um momento histórico,
mostraram ao mundo a criatividade deste país. Sobre este embasamento
dialético uma identidade mutante surgirá sempre no devir arquitetônico".
Milton Cunha, Mário Monteiro e Cacá Monteiro - Niterói - Junho de
2005
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