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A.R.E.S. VIZINHA FALADEIRA

Sinopse 2005

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"2222 GIL, EXPRESSO DA CULTURA DO BRASIL"

 

A Vizinha Faladeira traz como enredo para o Carnaval 2005 Expresso 2222. Falar de Gilberto Gil...  Como traduzir um que é vários. Então falar de Gil é falar de um que é vários. Falar de Gil é falar da cultura brasileira com toda a sua pluralidade, simples e complexa, formada por tantas culturas, por tantos sonhos.

Como a maioria de seus contemporâneos, Gilberto Gil foi capturado, em 1959, pelo canto e violão revolucionários de João Gilberto. Mas, antes disso, durante a infância passada na cidade de ltuaçu, no interior baiano, Gil já tinha despertado para a música, apaixonando?se pelos sanfoneiros das feiras e os sucessos de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro que ouvia nas rádios. A essas influências iniciais e duradouras pode?se acrescentar, a partir da Tropicália, o pop psicodélico dos Beatles e a guitarra de JIMI Hendrix. No exílio londrino entre 1969 e 72, Gil envolveu-se na cena rock, participando de jams com músicos como Dave Gilmour (do Pink Floyd) E Jim Capaldi (do Traffic) e também entrou em contato com o nascente reggae. Admirador do trabalho do cantor e compositor Bob Marley, foi um dos principais responsáveis pela introdução do ritmo jamaicano no Brasil.

Gil tem sido o artista da sua geração mais aberto à influencia do pop internacional e também o que soa mais brasileiro e regional. Este, a principio, paradoxo foi explicitado pelo próprio ao regravar, no disco Expresso 2222 um sucesso de Jackson do Pandeiro nos anos 50, "Chiclete com Banana": "Só ponho bebop no meu samba, quando o Tio Sam pegar no meu tamborim (...) Ai eu vou 'Misturar Miami com Copacabana, chiclete eu misturo com banana...".

No início 11 dos anos 70, ao chamar a atenção do Brasil para o bloco dê Salvador Filhos de Gandhi, iniciou um profundo mergulho em nossas raízes africanas. Antes também reafirmara sua paixão pela música nordestina, gravando e excursionando com Dominguinhos, sanfoneiro e principal discípulo de Gonzagão, com quem compôs, entre outras, "Lamento sertanejo".

Numa inusitada apresentação com o filho do mestre Gonzagâo, Gil lança o disco luar no programa de televisão que Gil mais adorava: A Buzina do Chacrinha". Apesar de compositor auto-suficiente, Gil tem diversas parcerias. No início da carreira, as mais freqüentes foram com os poetas Torquato Neto e Capinam, mas ele também dividiu canções com, entre outros, Rogério Duarte, um dos pensadores da Tropicália e sua mulher na época, Nana Caymmi. No começo dos anos 70, as composições mais marcantes foram com Jorge Mautner, João Donato. De Chico Buarque a Rita Lee, não faltaram companheiros de viagem a partir daí: entre outros Cazuza, Arnaldo Antunes e Celso Fonseca.

Com Caetano, parceiro eventual mais constante nestas três décadas de carreira, além das várias canções são parceiros na Fundação Ondazul e no "Movimento Artistas pela Natureza" que idealizaram e coordenam para' compreender e exercer melhor a cidadania responsável e o encantamento solidário pela poética do mundo.

Influenciado por uma viagem, a Nigéria (onde participou do 11 Festival de Arte Cultura Negra), Gil procurou mostrar as afinidades entre Brasil e África e ainda reafirma seu interesse pela bossa nova e filosofia oriental.

Fiei também ao ideário da Tropicália, Gil soa universalista sem tirar os pés (e coração) de sua terra.

Em fevereiro de 1999 ganhou nos EUA o prêmio Grammy de melhor disco na categoria de world music.

O reconhecimento político da importância de Gilberto Gil à cultura nacional foi feito pelo convite do Presidente Lula, símbolo maior dos trabalhadores. Então, temos hoje um dos artistas mais fundamentais para a construção de um país que se deseja e sonha como Ministro da Cultura.


Flávio Policarpo
 

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